Falar é fácil, mas como seria um sistema de logística reversa na cadeia do papel que funcione de verdade? Com apoio da Green Mining, a Ibema hoje efetivamente traz de volta para sua unidade de Embu das Artes (SP) papelcartão utilizado, e reinsere o material em sua cadeia produtiva.
“Sempre tivemos a sustentabilidade como um pilar forte em nosso propósito e, agora, encontramos ferramentas para potencializar isso e fechar o ciclo”, explica o Gerente de Estratégia e Marketing da Ibema, Diego Gracia. O resultado é o Ibema Ritagli, primeiro papelcartão tríplex pós-consumo do mercado brasileiro com rigidez competitiva. O produto tem 50% de fibras recicladas em sua composição, sendo 30% vindas de pós-consumo.
Na opinião do presidente da Green Mining, Rodrigo Oliveira, em matéria de logística reversa, não existem atalhos: é preciso comprovar que o material que retorna para ser reciclado vem do pós-consumo. “A Ibema cumpre a logística reversa de verdade porque conseguimos garantir que o material coletado são embalagens efetivamente utilizadas por consumidores. Isso é fundamental para quem deseja cumprir o que está na política nacional de resíduos sólidos”, afirma.
A Green Mining conta com 24 funcionários registrados, entre ex-cooperados ou ex-catadores de rua que, agora formalizados, coletam papelão e papelcartão na cidade de São Paulo. Eles utilizam triciclos de carga – bicicletas adaptadas para transporte que evita o trânsito e as emissões de CO₂ – e com elas fazem a coleta de materiais recicláveis em 720 bares, restaurantes e condomínios da capital paulista.
Esses pontos de coleta recebem o serviço da Green Mining sem custos. Quem financia o sistema são empresas como a Ibema, que assumiram a responsabilidade de colocar em prática o que a lei manda, ou seja, uma coleta independente do poder público. “O tema do lixo e da reciclabilidade passa a fazer parte do dia a dia das empresas por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Na ausência de um sistema e de infraestrutura pública que garantam a logística reversa, cabe a nós contribuirmos para a solução do problema. Como recicladores, queremos ajudar o Brand Owner”, conta Gracia.
Nos estabelecimentos do setor de alimentação, são coletadas muitas caixas de ingredientes para cozinha e de bebidas. Já nos condomínios residenciais, existe o descarte desde papel sulfite limpinho até embalagens sujas – e aí entra o treinamento realizado com moradores e agentes de limpeza que segregam esses materiais recicláveis.
Após a coleta, o material é levado para hubs, onde é prensado e devolvido às indústrias que apostam nesse serviço.
Uso de blockchain ajuda a operacionalizar resíduos da Ibema
Para garantir o controle das quantidades coletadas e sua procedência, a Green Mining utiliza um sistema de rastreabilidade de última geração. Num banco de dados sequencial, cada lote de resíduo é acompanhado do começo ao fim do ciclo, e assim se garante o peso e o tipo de material em cada local de coleta. A pesagem é feita in loco e fotografado. Cada etapa recebe um “carimbo” na forma de blockchain, ou seja, sem possibilidade de adulteração.
“A tecnologia blockchain impede que qualquer dado inserido no sistema seja alterado. Além disso, as quantidades entre os diferentes validadores da operação precisam estar sempre em conciliação. Ou seja, coletores, HUBs, transportadores e usinas validam as quantidades uns dos outros, não possibilitando que os números de material reciclado sejam fantasiosos”, diz Rodrigo Oliveira.
“Estamos muito satisfeitos com o ciclo sustentável em que estamos inseridos, que está funcionando e agora irá crescer. Somos um agente importante na solução do lixo para a indústria de bens de consumo e estamos prontos para conhecer mais projetos e metas de sustentabilidade e então ajudar a resolver”, comemora Gracia. “Estamos embalados rumo ao futuro e fazemos o convite para cada consumidor do nosso produto: reuse, reduza e recicle adequadamente!”
Fonte: smartcom
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