A economia brasileira segue em ritmo de incerteza, principalmente em razão da pandemia da Covid-19 e já há reflexos desta situação na indústria de embalagens plásticas flexíveis. Pesquisa feita pela Maxiquim, com exclusividade para a ABIEF (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis – www.abief.org.br), indica que apesar de um janeiro no qual os principais usuários de embalagem apresentaram um bom comportamento, em fevereiro, houve queda na maioria dos setores e março também fechou com variações negativas, comprometendo o resultado trimestral.
Assim, estima-se que no primeiro trimestre de 2021 a indústria de embalagens flexíveis tenha apresentado produção inferior ao trimestre anterior, com uma queda aproximada de 1%, fechando em 493 mil toneladas produzidas. Por aplicação, este volume foi dividido em embalagens multicamadas, com 165 mil ton; monocamada, 157 mil ton; shrink, 70 mil ton; stretch, 54 mil ton; sacolas e sacos, 40 mil ton; outros, 7 mil ton.
Os setores que mais puxaram o desempenho inferior foram bebidas, produtos de limpeza e agropecuária. O setor de alimentos continua líder no consumo de flexíveis com 228 mil ton, seguido por aplicações industriais, 93 mil toneladas; bebidas, 50 mil ton; descartáveis, 40 mil ton; limpeza doméstica, 27 mil ton; higiene pessoal, 20 mil ton; e agropecuária, 17 mil ton. O restante ficou dividido entre pet food e outras aplicações menores.
“Sabemos ainda que a baixa disponibilidade de resinas, tanto no mercado local quanto no internacional, prejudicou o setor. A nevasca que atingiu o Texas em fevereiro prejudicou muito a produção de polietileno (PE) e de polipropileno (PP) nos Estados Unidos e essas unidades ainda não retomaram a totalidade de sua produção. E como os EUA são um importante fornecedor para o Brasil, a disponibilidade de resinas ficou limitada, aumentando os preços que já estavam altos. O setor de transformação sentiu uma redução significativa de margem, por não conseguir repassar os aumentos integralmente”, comenta o empresário Rogério Mani, Presidente da ABIEF.
As vendas internas de poliolefinas caíram 2% no 4T de 2020 na comparação com o trimestre anterior, mas houve um aumento de 25% na comparação com o 4T 19. Para o 1T de 2021, o estudo da Maxiquim estima um aumento aproximado de 2% no comparativo com o trimestre anterior e de 19% na comparação com o 1T de 2020. A baixa disponibilidade de resinas segue no mercado internacional, principalmente nos EUA, ainda por conta dos eventos climáticos que diminuíram o excedente de resinas dedicado à exportação para a América Latina. “Sabemos que internamente, a disponibilidade de matéria-prima também está menor que o usual, como resultado das paradas programadas na principal petroquímica”, conclui Rogério Mani.
Fonte: LDB Comunicação