Segundo dados da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional, o setor encerrou o ano de 2021 com os níveis de produção estáveis sobre 2020. Este é o segundo ano seguido de estabilidade. “Mais uma vez, foi um ano marcado pela volatilidade na produção, mas que terminou em níveis equivalentes. Revisamos nossas projeções, durante o ano, e creio que, dadas as circunstâncias, foi um bom resultado, até porque, nossa produção crescia, em um ritmo bem superior ao PIB e à indústria
geral, nos anos anteriores à pandemia”, afirma Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA.
Engler afirma que a indústria ligada ao setor conseguiu administrar bem as dificuldades na obtenção de insumos e componentes e que, hoje, a cadeia produtiva dos fabricantes de limpeza está operando normalmente. “Ainda há uma pressão de preços, em alguns itens, mas não temos enfrentado falta de insumos ou mesmo embalagens. Nossa volatilidade, nos últimos anos, está mais relacionada aos desdobramentos da pandemia. Tivemos dois grandes picos de produção: entre fevereiro e julho de 2020 e entre fevereiro e maio de 2021, justamente, os períodos mais críticos da pandemia no Brasil”, afirma.
Apesar da pressão nos custos de matérias-primas, combustível e energia, os artigos de limpeza acumularam alta de preços bem menores que a inflação, medida pelo IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, tanto que, em 2021, a cesta de produtos de limpeza fechou com alta de 6,84%, ante 13,05% da categoria Habitação (da qual os artigos de limpeza fazem parte) e 10,06% do índice geral. “Nossos produtos são muito sensíveis a preços, mas a nossa inflação foi, praticamente, a metade do que a categoria Habitação registrou. Ou seja, os fabricantes não repassaram todos os custos, para garantir melhor acesso dos produtos de limpeza à população”, analisa o diretor executivo da ABIPLA.
Empregos
Paulo Engler comentou, também, sobre o balanço de empregos do setor, em 2021. Assim como aconteceu em 2020, a indústria de produtos de limpeza encerrou o ano com saldo positivo de contratações, de acordo com informações do Novo CAGED – sistema público que capta as informações do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, e-Social e Empregador Web. “Hoje, o setor emprega cerca de 85 mil pessoas e tem conseguido manter saldo positivo de contratações, mesmo em meio à crise provocada pela pandemia”, diz o diretor executivo da ABIPLA.
Previsão de crescimento
Para 2022, a primeira projeção da ABIPLA é de um crescimento de 2% para a produção de produtos de limpeza. “Temos muitos desafios a superar, como a moeda desvalorizada e alto custo de energia e combustíveis, além de estarmos em um ano eleitoral, que é, naturalmente, volátil, mas temos confiança de que teremos resultados positivos para o nosso setor, até porque a sociedade se conscientizou da importância
da higienização de ambientes e superfícies para a saúde pública, e esses hábitos devem se perpetuar”, concluiu Paulo Engler.