A pandemia provocou diversas mudanças de hábitos no dia a dia dos brasileiros. Além de se acostumar ao home office e às máscaras, muitas pessoas decidiram procurar a companhia de um animal de estimação, fazendo com que os gastos com pets (produtos e serviços), segundo pesquisa da Kantar (Domestic View 2022), crescessem 129% em 2021. “Além de alimentação e produtos de uso veterinário, chamam a atenção os valores investidos com itens de higiene e bem-estar animal (pet care), que chegaram a R$ 2,3 bilhões no Brasil, só no ano passado”, afirma Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional.
Os dados citados por Engler são da Abinpet – Associação Brasileira de Produtos para Animais de Estimação e revelam que os gastos com produtos de higiene e limpeza para animais de estimação representam 7% de todo o faturamento do setor pet do Brasil, que gira em torno de R$ 35 bilhões, ao ano. “Este segmento tem atraído muitos fabricantes de produtos de limpeza a criarem linhas específicas para pets. Embora os saneantes regulares, comercializados no Brasil, sejam completamente seguros para quem tem animais de estimação, há grande potencial de itens específicos para eles”, destaca Engler.
O crescimento recente nas despesas com animais de estimação está em sintonia com o último Radar Pet, da Comac – Comissão de Animais de Companhia do Sindan – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal, que aponta que a pandemia impulsionou a adoção de animais no País, fazendo com que, hoje, mais da metade dos domicílios brasileiros contem com, ao menos, um pet na casa.
Como denunciar produtos informais
A cientista política Marcela Tullii, 32, que adotou o cachorro Nonô, já adulto, no ano passado, é um exemplo desse movimento. Apesar de ter crescido em uma casa com animais, ela decidiu adotar um pet após passar parte da pandemia trabalhando, em regime home office, em uma casa alugada na praia. No local, havia um cachorro, com quem ela conviveu por alguns dias. Ao voltar para São Paulo, procurou uma ONG – Organização Não Governamental e encontrou o Nonô.
Marcela relata que continua utilizando produtos para limpeza não específicos para pets, mas dá preferência a itens hipoalergênicos, pois Nonô tem tendência a alergias de pele. “Trocamos a ração e o xampu e usamos produtos de limpeza hipoalergênicos (não específicos para pet). Isso resolveu o problema”, afirma ela, que apesar de estar satisfeita com os produtos de limpeza tradicionais, se diz aberta a explorar opções específicas para pets.
Fonte: mce