Close

Setor de gestão de resíduos deve crescer 6,7% ao ano até 2030

Diferentes fatores vêm impulsionando o investimento e a atividade de fusões e aquisições (M&A) no setor de gestão de resíduos no Brasil, como o crescimento constante da geração de lixo e sua destinação ainda inadequada, a adoção de novas tecnologias — incluindo automação e rastreabilidade —, além de iniciativas de sustentabilidade e políticas públicas do governo, somadas a regulamentações mais rigorosas. O setor deve crescer, em média, 6,7% ao ano até 2030, segundo projeção de mercado realizada pela Redirection International, assessoria especializada em M&A.

Para cumprir as metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o país deverá ampliar a recuperação de resíduos em aproximadamente 50% em 20 anos, encerrar as atividades em lixões e alavancar iniciativas de reciclagem, compostagem e biodigestão, o que deve demandar investimentos de cerca de R$ 30 bilhões até 2040, segundo estimativas do setor. “Há fundamentos muito sólidos para impulsionar a atividade de M&A no setor de gestão de resíduos no Brasil. O crescimento estrutural do mercado, a pressão por demandas regulatórias e ambientais e a fragmentação ainda elevada entre players criam um ambiente fértil para consolidação”, destaca o diretor da Redirection International, João Caetano Magalhães.

A consolidação estratégica da cadeia, a aquisição de ativos físicos relevantes e o potencial de ganhos de eficiência, aliados à integração de tecnologias digitais como Inteligência Artificial e análise de dados, estão contribuindo para melhorar margens e sustentar avaliações mais atrativas. Esse movimento tem impulsionado o apetite por aquisições, à medida que os players buscam operações mais enxutas e a otimização de seus portfólios. Além disso, estados e municípios estão ampliando as concessões por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e consórcios para o manejo integrado de resíduos, acelerando a aquisição de empresas e a profissionalização operacional do setor. As tendências emergentes em modelos de economia circular, logística reversa e créditos de carbono também são fatores que impulsionam as atividades de M&A no segmento.

“Muitas das transações registradas recentemente combinam a consolidação de grandes players com aportes estratégicos em modelos inovadores. Vale ressaltar que estamos falando de um serviço essencial, com receitas estáveis e previsíveis, o que gera atratividade para investidores estratégicos e financeiros em busca de resiliência e retorno de longo prazo”, explica João Caetano Magalhães. “Outra tendência é a verticalização dos serviços – desde a coleta, o transbordo até o tratamento e a destinação final – com o objetivo de capturar sinergias e controlar melhor as margens, além das aquisições de ativos como aterros, ecoparques, WtE e outras plantas industriais para a gestão dos resíduos sólidos”, complementa.

As transações recentes registradas no setor como a aquisição da Ciclus Ambiental pela Aegea em agosto deste ano e as sucessivas aquisições da Veolia, como as compras da Alagoas Ambiental e Serquip Tratamentos Resíduos AL, evidenciam a estratégia de fortalecimento da escala e cobertura nacional de grandes players. Ao mesmo tempo, investimentos em reciclagem que visam estimular a economia circular também ocorreram em 2025 neste segmento, sobretudo com atuação de startups como a Polen, que destinou R$ 30 milhões para aquisição de cooperativas de reciclagem, e a Circular Brain, que anunciou a captação de R$ 20 milhões com a Lorene Urban Mining para ampliar a gestão digital de resíduos eletroeletrônicos.

Fonte: Noar Comunicação e foto: Freepik