As vendas totais do varejo do Brasil apresentaram alta de 23,3% entre os dias 16 e 22 de março, na comparação com a semana anterior. O bom desempenho nas vendas neste período foi impulsionado pelas cestas de Commodities (+66,1%), Limpeza (+43,1%) e Mercearia (+34,5%). As informações são da Nielsen Brasil.
Esse crescimento é o reflexo da mudança no comportamento do consumidor brasileiro, que foi às compras para garantir os produtos para o período de restrições devido à COVID-19.
O levantamento, que mostra as vendas de aproximadamente 150 estabelecimentos de varejo de todo país (Autosserviço, Atacarejo e Farmácia), destaca que produtos como arroz, leite, feijão e açúcar responderam pelas melhores performances na cesta de Commodities, com variações de +93,7%, +71,6%, +100,9% e +59,9%, respectivamente. Todos os produtos que integram a cesta de Commodities tiveram expansão acima de 35%.
Destaques de vendas desde o anúncio do primeiro caso de COVID-19 no país, os produtos que integram a cesta de Limpeza seguem acentuando o faturamento do varejo nacional. As compras de álcool de limpeza foram 96,6% maiores nesta terceira semana de março versus à segunda, desinfetantes teve alta de 80,3%, água sanitária 54,4%, detergentes líquidos 52,2%, concentrados de limpeza 43,2% e sabão em pó 40,3%.
Mas o grande destaque no segmento de Limpeza, segundo a Nielsen, foi o aumento de 121,6% no volume de vendas de luvas, alta de 65,4% nas compras de produtos de máquina de lavar louça e panos de limpeza com expansão de 45%. De acordo Fernanda Vilhena, gerente de atendimento ao Varejo da Nielsen Brasil, isso mostra que a maneira como consumimos está em transformação.
“Neste levantamento, percebemos mudanças efetivas no padrão de consumo dos brasileiros. A primeira a se destacar é o crescimento significativo no volume de compras totais na terceira semana do mês, o que é atípico. Além disso, identificamos uma procura maior por produtos que antes não tinham grande participação nas cestas”, explicou Vilhena.
Com expansão total de 34,5%, a cesta de Mercearia mostra que as compras de massas alimentícias aumentaram 72,6% nesta semana, seguidas de peixes enlatados (69,7%), massas instantâneas (65,2%), molhos de tomate (59,9%) e vitaminas (56,4%). Neste segmento, o maior recuo foi para gomas de mascar, com queda de 24,7%.
A cesta de Perecíveis Industrializados cresceu 29,1% na terceira semana de março, resultado promovido pelas vendas de carnes congeladas (52,7%), pão de forma (38,8%), pão de queijo (67,1%) e massas para pizza congeladas (51,2%).
Com recuo de 6,2% em relação à segunda semana de março, a cesta de Bebidas mostra uma mudança no padrão das compras de produtos deste segmento. Segundo Fernanda Vilhena, houve neste período um aumento significativo nas vendas de sucos em pó (40,4%) e sucos concentrados (35,4%), evidenciando a preocupação do consumidor com um desembolso menor na aquisição de bebidas.
A cesta de Higiene & Beleza teve alta de 21,5%, com destaque para a venda de papel higiênico (76,1%), sabonetes (60,7%) e creme dental (45,4%). Neste mercado, a Nielsen identificou um crescimento de 134,7% nas compras de esponjas, escovas e toucas, e 46,2% nas vendas de lenços umedecidos, entre outros produtos.
VENDAS DE NOTEBOOKS SÃO EQUIVALENTES ÀS DA BLACK FRIDAY 2019
Com as restrições de deslocamento e a adoção do trabalho em casa, o Brasil assistiu – a partir de 16 de março deste ano – uma maior busca por Notebooks. O crescimento nas compras de produtos deste tipo foi de 112,4%, o volume é equivalente ao total comercializado na semana da Black Friday 2019.
“As mudanças no padrão do consumo do brasileiro vão além das aquisições de mantimentos para a casa, passaram a exigir uma preparação para o home office. Enquanto antes os aparelhos celulares e as TV eram as categorias que movimentavam a cesta de Eletrônicos, durante essa terceira semana de março verificamos que equipamentos para o trabalho e lazer em casa foram os grandes destaques positivos”, pontua Vilhena.
As vendas de consoles de jogos tiveram alta de 137,3%, jogos e periféricos 102,9%. Apesar do desempenho significativo destes produtos, a cesta de Eletrônicos apresentou recuo de 9% no período – pois TV e celulares são os itens de maior representatividade neste segmento.
Para mais informações sobre análises globais da Nielsen em relação à COVID-19, acesse este site.
Fonte: Caravelas Consultoria