Pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada nesta sexta-feira (9), mostra que o setor de celulose e papel está entre os mais afetados pela escassez de matéria-prima (81% dos entrevistados). A Sondagem Especial foi feita com 1.782 empresas de diversos segmentos, ao longo de fevereiro.
A situação esbarra no aquecimento da área, que vem batendo recordes de produção. Segundo boletim estatístico mais recente divulgado pela Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel), no dia 31 de março, as expedições de papelão ondulado foram recorde em fevereiro, conforme já havia indicado a prévia da entidade. A produção de caixas, chapas e acessórios de papelão somou 324,94 mil toneladas, alta de 12,6% na comparação anual e 1,02% abaixo do registrado em janeiro.
Esse é o maior volume expedido para os meses de fevereiro na série iniciada em 2005, bem como a primeira vez que excede as 300 mil toneladas no segundo mês do ano. Essa também foi a oitava vez consecutiva que o volume mensal expedido é recorde na comparação interanual. O e-commerce tem sido um dos principais motivos da alta.
O consumo de papelão tem sido maior do que a capacidade instalada, então, por mais que o material volte para a reciclagem, não é suficiente para atender a demanda. Com pedidos fechados já para o próximo mês e o ritmo intenso de trabalho, para não colocar em risco a produção, a Marzurky, indústria de embalagens de papelão, instalada em São Bernardo do Campo, tem importado insumos dos Estados Unidos, Egito e Israel. “A nossa empresa sempre comprou as chapas de papelão já ondulado dos grandes players do mercado brasileiro. Para nós, é uma novidade comprar papel para fazer a própria chapa. Desde setembro de 2020, não temos a opção de comprar um volume maior de papelão aqui no mercado interno, pois as cotas disponibilizadas estão todas preenchidas junto aos fornecedores, prejudicando, assim, o crescimento da nossa indústria e dos nossos clientes que dependem das embalagens para expedirem seus produtos”, explica o diretor da Mazurky, Eduardo Mazurkyewistz.
O empresário explica que o custo da importação é, aproximadamente, 20% maior que a compra convencional, a operação é complicada, mas é a alternativa para atender aos clientes dentro do prazo, suportando o crescimento dos mesmos e, automaticamente, manter as máquinas produzindo com quase toda a capacidade instalada tomada. Em março, a Mazurky registrou alta de 28% em seu volume.
Diante da alta do comércio eletrônico, inclusive em empreendimentos de menor porte, a Mazurky passou a atender ainda o nicho de pequenos empreendedores. “Sempre atendemos grandes empresas, com grandes volumes de produtos, mas há mais de um ano iniciamos um projeto para atender também aos pequenos empreendedores que estão atuando no mercado do e-commerce e querem algo personalizado, contribuindo para a evolução de todos”, fala.
Mazurkyewistz observa também que não são todas as indústrias que estão dispostas ou podem importar (matéria-prima). “Mas não podemos esperar a boa vontade do mercado para nos atender e, mesmo com essa ação, deixamos de atender nichos específicos por falta de material Kraft no mercado, tanto interno, quanto externo”, diz o diretor da Mazurky, acrescentando que existem empresas e órgãos públicos que não abrem mão desse tipo de matéria-prima, inviabilizando o fornecimento.
Fonte: Predicado Comunicação
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