Pela primeira vez no Brasil, um estudo foi realizado com base no Inventário do Ciclo de Vida, considerando dados primários de toda cadeia produtiva no Brasil. Conduzido por especialistas e instituições das áreas de embalagem e de alimentos, o trabalho fez um comparativo entre os materiais mais utilizados para o envase de líquidos (água, refrigerante e óleo comestível). O objetivo é orientar o mercado e os consumidores sobre qual é a melhor opção do ponto de vista ambiental, de acordo com diversos indicadores.
A “Avaliaçao do Ciclo de Vida da Embalagens PET para Alimentos Líquidos” comparou 11 unidades diferentes de embalagem, conforme tamanho e tipo de uso. Foram seis embalagens PET, duas de alumínio, duas de vidro e uma de folha de flandres (aço). No resultado final, o PET demonstrou desempenho superior às alternativas avaliadas.
Projeto contou com validação técnica e científica externa
“Avaliação do Ciclo de Vida das Embalagens PET para Alimentos Líquidos” é um projeto para o Brasil, construído a várias mãos, por diferentes elos do mercado, sob a coordenação da Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET), com a participação ativa da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (ABIR) e da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (ABIOVE), além de importantes contribuições de empresas destes setores.
As equipes do Centro de Tecnologia de Embalagens do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL/CETEA), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, construíram um genuíno Inventário do Ciclo de Vida das Embalagens PET, que possibilitou uma precisa comparação com outras embalagens, estudo esse conduzido pela empresa ACV Brasil, especialista nesse tipo de avaliação.
O estudo contemplou todos os elos da cadeia produtiva, distribuição e comercialização dessas embalagens, através da colaboração das principais empresas que atuam no setor de alimentos líquidos no Brasil, além de fabricantes de resinas de PET, produtores de embalagens, envasadores e distribuidores, com foco em água mineral, refrigerantes e óleo comestível.
São elas: ADM, ALPEK, AMBEV, AMCOR, BUNGE, CARGILL, COCA-COLA, CONVENÇÃO RJ, DANONE, ENGEPACK, FEMSA, GLOBAL PET, HEINEKEN, IMCOPA, INDORAMA, LDC, MATE COURO, MINALBA, PEPSI, PETRÓPOLIS, PLASTIPAK, RECOFARMA, SOLAR E VALGROUP.
Além da credibilidade dos dados utilizados, o estudo ACV foi submetido à revisão crítica feita por especialistas de grandes universidades brasileiras, a fim de assegurar que os resultados para as afirmações comparativas estejam de acordo com os requisitos de qualidade da norma ABNT NBR ISSO 14040:2009 e ABNT NBR ISSO 14044:2006.
“O projeto representa um marco dentro do cenário brasileiro, tanto por sua abrangência quanto por seu conteúdo técnico. Além disso, traz luz científica ao debate, dando ao mercado as condições necessárias para que escolhas sejam feitas com base em aspectos técnicos e indicadores cientificamente aceitos. Só assim será possível evoluir nas questões ambientais, sem achismos e informações distorcidas, com olhar meramente comercial e sem qualquer impacto positivo para o meio ambiente”, afirma o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET), Auri Marçon.
O que é o estudo de ACV
A “Avaliação do Ciclo de Vida de Embalagens PET para Alimentos Líquidos” segue o que há de mais atual quando o assunto é a avaliação de toda a cadeia de valor para a produção de uma embalagem. Também conhecido como estudo “do berço ao túmulo”, faz uma análise do impacto ambiental que vai desde a extração da matéria-prima até seu descarte final, passando pela produção, envase, transporte, comercialização e reciclagem pós-consumo.
Para que a “Avaliação do Ciclo de Vida de Embalagens PET para Alimentos Líquidos” alcançasse a profundidade e o nível técnico desejado, o estudo foi planejado durante vários anos, com a avaliação de 12 categorias de impacto: Mudanças Climáticas, Acidificação, Ocupação do Solo, Material Particulado, Ecotoxicidade, Consumo de Água, Depleção da Camada de Ozônio, Eutrofização, Toxicidade Humana, Formação de Ozônio Fotoquímico, Recursos Minerais e Combustíveis Fósseis.
Dentro desses quesitos, foram comparadas, em diferentes tipos de uso:
• Embalagens PET de 500 ml e 1.500 ml (água), 250 ml, 600 ml e 2 litros (refrigerante) e 900 ml (óleo comestível)
• Embalagens de alumínio de 350 ml (água) e 350 ml (refrigerante)
• Embalagens de vidro de 300 ml (água) e 250 ml (refrigerante)
• Embalagens de aço de 900 ml (óleo comestível)
As embalagens PET alcançaram desempenho superior às demais alternativas, nos quesitos que mais alertam a sociedade em relação ao meio ambiente, conforme abaixo:
• Mudanças Climáticas: alteração do clima global, aumento de temperaturas e gases do efeito estufa.
• Acidificação: emissões produzidas que contribuem para a chuva ácida, formação de smog (Smoke and Fog)
• Ocupação do Solo: áreas ocupadas para exploração de atividades econômicas.
• Material particulado: partículas finas que causam doenças respiratórias.
• Ecotoxidade: emissões para o ar, água e solo que ameaçam a saúde de espécies.
• Consumo de água: quantidade total de recursos hídricos utilizado no processo de produção.
O Sumário Executivo da “Avaliação do Ciclo de Vida da Embalagens PET para Alimentos Líquidos”, com os principais resultados, pode ser conferido neste link.
Mais informações sobre a embalagem PET e sua reciclagem podem ser conferidos em www.abipet.org.br.
PET é exemplo de circularidade
De acordo com o último Censo da Reciclagem do PET no Brasil, 56,4% de todas as embalagens PET pós-consumo são recicladas no País. Esse desempenho decorre da evolução do uso do material reciclado entre as empresas usuárias da embalagem e o seu compromisso com a circularidade, reduzindo assim a necessidade de matérias-prima virgens.
Da fase de coleta do material descartado pelos consumidores até a fabricação de uma grande lista de produtos que utilizam a resina reciclada, a reciclagem de embalagens PET já fatura R$ 3,6 bilhões. Aproximadamente 30% desse total fica na base da cadeia, na fase da coleta, entre catadores, cooperativas e sucateiros.
O principal consumo da resina PET reciclada – 29% do total – ocorre justamente entre os fabricantes de preformas e garrafas, produtos que são utilizados principalmente pela indústria de água, refrigerantes, energéticos e outras bebidas não alcoólicas, além de produtos de limpeza e cuidados pessoais.
Essa indústria se utiliza do processo conhecido como bottle to bottle, principalmente em decorrência do aumento da produção de embalagens em grau alimentício (food grade), segmento exclusivo do PET reciclado por determinação da ANVISA, que nos últimos anos mostrou uma grande evolução tecnológica, garantindo qualidade e saudabilidade.
O PET também apresenta uma série de benefícios ao longo de toda a cadeia produtiva, da indústria ao consumidor final. Como material de embalagem, atende inúmeras exigências técnicas e de saudabilidade, que protegem alimentos e bebidas com muita eficiência. Isso acontece em razão das características do produto, como leveza, transparência e resistência, tanto mecânica quanto química.
Fonte: Oboe Comunicação