Por João Vicente Tuma
A pesquisa e o desenvolvimento (P&D) são pilares fundamentais para a evolução do setor industrial, especialmente em tempos de crescente demanda por soluções mais sustentáveis. De acordo com a Pesquisa de Inovação Semestral 2023 (Pintec 2023), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase metade das companhias industriais inovadoras do país (49,1%) planeja aumentar seus investimentos em P&D em 2025. O estudo reforça o compromisso do setor com a inovação, mesmo diante de desafios econômicos, e demonstra que as empresas estão focadas em aprimorar seus processos, produtos e práticas.
No segmento de embalagens, em particular, os investimentos em P&D se traduzem em soluções mais eficientes e menos prejudiciais ao meio ambiente. A sustentabilidade se tornou um dos motores mais importantes da inovação, com a corrida por alternativas para reduzir o uso de materiais virgens e minimizar os impactos ambientais negativos.
A pesquisa tem permitido o desenvolvimento de embalagens que utilizam materiais pós-consumo, recicláveis e biodegradáveis, mantendo a eficiência e a segurança exigidas para proteger os produtos. Além disso, tecnologias como impressão sem solventes e sistemas de fechamento que minimizam desperdícios ajudam a impulsionar a sustentabilidade das embalagens sem comprometer suas qualidades funcionais.
O conceito de economia circular também está ganhando força na indústria de embalagens. A P&D tem facilitado a criação de soluções que permitem a reciclagem total das embalagens, tornando o ciclo de vida do produto mais sustentável. Modelos como a logística reversa, que busca garantir a coleta e reciclagem das embalagens usadas, não só contribuem para a diminuição do impacto ambiental, mas também geram novas oportunidades de receita, estreitando o relacionamento com consumidores cada vez mais conscientes.
Em outra frente, a colaboração com universidades e centros de pesquisa tem sido crucial para impulsionar a inovação nesse segmento industrial. Parcerias estratégicas têm permitido o desenvolvimento de novos materiais e processos, como polímeros mais eficientes e tecnologias de impressão mais sustentáveis. Esses projetos acadêmicos e industriais aceleram a implementação de soluções inovadoras, permitindo que a indústria se adapte rapidamente às exigências do mercado.
No entanto, a despeito dos avanços, a transição para uma indústria mais verde ainda enfrenta desafios técnicos e financeiros. A adoção de novos processos e materiais exige investimentos significativos em pesquisa e infraestrutura, o que pode ser um obstáculo para algumas empresas. Além disso, garantir que todos os componentes das embalagens sejam recicláveis ou biodegradáveis representa uma complexidade que exige contínuos avanços em P&D.
De qualquer forma, os benefícios dessa transição são evidentes. Empresas que investem em P&D estão mais bem posicionadas para atender às novas demandas do mercado, aprimorar seus processos e fortalecer sua imagem. Além disso, a adaptação a regulamentações ambientais mais rígidas e a busca por soluções mais responsáveis representam oportunidades de liderança no setor.
Sem dúvidas, os pilares de pesquisa e de desenvolvimento são essenciais para o futuro disruptivo e sustentável da indústria de embalagens. À medida que as empresas avançam em soluções mais eficientes e de impacto, elas não apenas atendem às expectativas de consumidores e reguladores, mas também contribuem para um futuro mais responsável e circular. O compromisso com a inovação, aliado à sustentabilidade, é a chave para o sucesso da indústria de embalagens nos próximos anos.
*É Diretor de Inovação e Sustentabilidade na Brasilata.
Fonte e foto: divulgação: Máquina Cohn&Wolfe
