A consciência da finitude dos recursos do planeta tem estimulado as empresas líderes a mudarem sua forma de produzir hoje para proteger a perenidade de seus negócios e garantir um mundo melhor para todos. Com o propósito de “Fazer Crescer para Melhorar o Amanhã”, a Melhoramentos, uma Empresa B certificada, inaugurou, no último dia 25 de junho, sua nova fábrica de embalagens de polpa moldada Biona, em Camanducaia, no Sul de Minas Gerais — região onde a companhia mantém há mais de 80 anos operações florestais sustentáveis para extração de fibras de celulose de alto rendimento.
Com um investimento inicial de R$ 40 milhões, apoiado pela FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a nova fábrica terá capacidade de produção de 60 a 80 milhões de embalagens ao ano e a geração de 40 novos empregos na região. O business plan da companhia prevê novos investimentos de R$ 60 milhões, daqui a três anos, para expansão da capacidade, com a aquisição de 15 novas máquinas.
A unidade marca a entrada da companhia em uma nova frente de negócios com foco em inovação e sustentabilidade. As embalagens de polpa moldada, que unem alto desempenho e uma tecnologia de barreira exclusiva da startup israelense W-Cycle, oferecem excelente experiência de uso para o consumidor final. O diferencial da novidade é o seu custo competitivo em relação ao plástico.
A Biona deve atender, inicialmente, ao setor de alimentos, já que é projetada para resistir à gordura, umidade e temperaturas extremas, podendo ser usadas desde o freezer até o forno a 220 graus ou aparelhos airfryer, substituindo com eficiência as embalagens de plástico de uso único. Além disso, um dos seus principais atributos é que ela é compostável, se decompondo em 75 dias. “Já estamos fazendo testes junto com os brand owners para aplicação das embalagens de polpa moldada na categoria de pratos prontos congelados, que oferecem o mesmo shelf-life das embalagens plásticas. A nossa expectativa é que o lançamento nas gôndolas ocorra no segundo semestre”, afirma Rafael Gibini, CEO da Melhoramentos.
Os próximos planos, segundo o executivo, contemplam melhorar as propriedades de barreira ao oxigênio e de resistência mecânica das embalagens de polpa moldada, em parceria com startups internacionais e nacionais, para ampliar a sua aplicação em categorias de alimentos líquidos, como iogurtes e leite. Ele enxerga oportunidades de mercado também no segmento de cosméticos.
O diferencial da nova fábrica também está em suas máquinas modulares automatizadas que oferecem flexibilidade para produzir diferentes formatos de embalagens para atender as diferentes necessidades dos clientes. Também conta com um equipamento para produzir protótipos para testes e validação antes da produção em larga escala. “Há ainda a possibilidade de produção das embalagens de polpa moldada in house (dentro das instalações do cliente), otimizando a logística”, explica Gibini.
Menor pegada de carbono
A Melhoramentos também divulgou o resultado do estudo inédito “Pegada de carbono: embalagem de polpa moldada e similares”, realizado pela Planton – empresa que oferece soluções para a mensuração de emissões de gases de efeito estufa. Assim como a Melhoramentos, a Planton é uma empresa B certificada e possui seu inventário de emissões mais recente registrado com selo ouro no Programa Brasileiro do GHG Protocol.
A Análise de Ciclo de Vida (ACV) teve como objetivo avaliar o desempenho climático das embalagens Biona, mensurando seus benefícios por meio da comparação da pegada de carbono com as principais soluções utilizadas no setor alimentício e disponíveis no mercado. De acordo com as análises, a Biona registrou o menor índice de emissões de gases de efeito estufa entre as alternativas avaliadas, totalizando 22,37 gCO₂e, considerando a unidade funcional equivalente a uma embalagem com capacidade para 350 ml.
O levantamento também apresentou um comparativo direto entre Biona e outras embalagens com a mesma capacidade (350 ml), amplamente utilizadas no mercado brasileiro. Com a taxa de 22,37 gCO₂e, a Biona demonstrou desempenho significativamente superior: suas emissões são 68% menores do que as de embalagens de polietileno (plástico moldado), que atingem 69,91 gCO₂e; 59% inferiores às de embalagens de polpa moldada de origem chinesa (54,72 gCO₂e); 51,5% menores que as de embalagens de polietileno tereftalato (PET), com 46,08 gCO₂e; 39,62% abaixo das emissões geradas por embalagens de polipropileno (39,62 gCO₂e); e 30% inferiores às das embalagens de papelcartão revestidas com polietileno (31,99 gCO₂e).
Ao substituir um bowl de 350ml de plástico (39,62 gCO₂) por um bowl de 350ml de Biona (22,37 gCO₂), em um volume de 1 milhão de unidades por ano, a redução de carbono chega a 17,4 toneladas de CO₂. Isso equivale a:
✓ 12,9 milhão de viagens de carro de 10 km
✓ 3,2 voltas ao redor da Terra com um carro a gasolina
✓ 319 voos individuais no trecho São Paulo – Rio
✓ Consumo anual de energia de 145 residências
✓ Energia para carregar 9,1 milhões de smartphones, considerando que cada carregamento usa cerca de 35 Wh
O levantamento revelou que o impacto ambiental das embalagens analisadas, medido pelo Potencial de Aquecimento Global (GWP 100) em gramas de CO₂ equivalente por embalagem, varia significativamente de acordo com o material e o peso. Os resultados ressaltam a importância de considerar esses fatores na escolha de embalagens para reduzir a pegada de carbono. Nesse contexto, a Biona, fabricada no Brasil pela Melhoramentos, destacou-se como uma alternativa eficiente, equilibrando peso e emissões e apresentando um baixo impacto de carbono em comparação às demais soluções do mercado.
O estudo considerou fontes primárias, fornecidas pela Melhoramentos e cooperativas de reciclagem, e secundárias (base de dados Ecoinvent 3.10) e seguiu as diretrizes da norma ISO 14067, além das normas ISO 14040, ISO 14044 e do GHG Protocol.
A abordagem utilizada foi “do berço ao túmulo”, contemplando todo o ciclo de vida da embalagem, da extração da matéria-prima ao descarte final. “O estudo sobre a pegada de carbono da Biona foi além das nossas expectativas. Por ser um produto feito a partir de matéria-prima renovável, esperávamos um bom desempenho de emissões, mas um índice de apenas 22,37 gCO2e coloca a Biona como uma inovação que, ajudará, de fato, as demais indústrias em suas metas de redução de CO2 e da geração de resíduos plásticos”, destaca a diretora de Inovação e Novos Negócios da Melhoramentos, Carolina Alcoforado.
Fonte: Pitch Comunicação e fotos: divulgação Melhoramentos