Close

Startup lança sensor que avalia qualidade de frango

Pesquisadores ligados à Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop – MG) desenvolveram um sensor que identifica se a carne de frango está apropriada para o consumo. O sensor é acondicionado numa etiqueta na embalagem, fica em contato com o alimento e mostra ao consumidor a condição do produto.

A novidade ainda não foi testada em escala industrial e os empreendedores por trás da invenção creem que a operação Carne Fraca poderá ajudar a despertar interesse de frigoríficos pela invenção.
“Já entramos em contato com empresas do setor, mas até então acho que a gente era visto como um problema e não como uma solução porque essa tecnologia aumenta o poder de avaliação do consumidor”, disse Marcella Rocha Franco, cientista de alimentos formada pela Ufop e um das sócias da startup que tenta tornar o projeto um produto comercial. “Com a operação [Carne Fraca], acredito que a gente possa começar a ser visto pela indústria como parceiros e que a nossa etiqueta possa ajudar a mostrar a qualidade dos produtos e contribuir com a segurança alimentar da população.”

As pesquisas para o desenvolvimento da etiqueta começaram há três anos no Laboratório de Polímeros e Propriedades Eletrônicas de Materiais, da Ufop. Os trabalhos tiveram apoio do professor Rodrigo Bianchi, do Departamento de Física e colaboração de Luciana Rodrigues da Cunha, do departamento de Alimentos.

Segundo ela, por enquanto o sensor, batizado de Safer Tag, só funciona para identificar níveis de frescor de carne de frango refrigerada. Mas que o objetivo é ampliar seu uso para outras carnes e alimentos de origem animal, como queijos.

Pesquisas sobre embalagens inteligentes são feitas em outras universidades pelo país mas não há ainda uso industrial de dispositivos como o grupo, disse.

A startup formada por ela e outros três sócios, a AS 31, está numa incubadora na Universidade de Ouro Preto e também num espaço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Fiemg Lab. É lá onde o quarteto recebe apoio para a elaboração de um modelo de negócios para a invenção e para encontrar parceiros.

“A gente busca um parceiro para validar nosso produto em escala industrial”, disse Marcella. A etiqueta teria um custo de R$ 0,02 a R$ 0,05. Ela aponta que um desafio para os frigoríficos é manter a qualidade do alimento durante a cadeia de distribuição: das plantas, aos caminhões para transporte e nos mercados. O processo de registro de patente do sensor começa esta semana.

Fonte: Valor Econômico