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Pets movimentam R$ 19 bilhões e atraem franqueadores

Nos últimos anos, os pets ganharam status de membros da família e estão cada vez mais humanizados. Assim, não é de se estranhar que a cada dia surjam novos serviços e produtos voltados para os 52 milhões de cachorros e 22 milhões de gatos existentes no país, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com tantos animais de estimação, em 2016 o setor movimentou R$ 19 bilhões, de acordo com a Associação Nacional de Distribuidores de Produtos Pet. O carro-chefe do mercado pet ainda é a alimentação, que responde por 67,6% do faturamento. A segunda maior fonte de receita, que representa 16,4% do total, é o pet serv, que são os serviços em geral. Na sequência, higiene e acessórios (pet care), com 8,2%, e o pet vet (medicamentos veterinários), com 7,8%.

Com números grandiosos, o segmento pet quase não sentiu os efeitos da crise econômica e as franquias cresceram mesmo nos piores períodos.
Um exemplo é a Padaria Pet, inaugurada em 2015, no momento mais difícil da economia. O negócio começou a ser desenhado em 2010, quando os irmãos Ricardo e Rodrigo Chen conheceram um estabelecimento com produtos gourmet para cães e gatos nos Estados Unidos. Eles fizeram testes para a criação de guloseimas e deram entrada na papelada, porém, como tinham outras duas empresas, uma de segurança e outra de brindes, optaram por deixar o novo negócio de lado. Mas, em 2015, os pedidos para a empresa de brindes desabaram e eles resolveram abrir a padaria em um espaço no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. Vendendo petiscos, cerveja e cupcakes para cães, além de guloseimas para gatos, hamsters, aves e exóticos, o sucesso foi imediato e eles começaram a montar uma loja maior e mais completa nos Jardins, bairro nobre da capital paulista.

Assim que a loja conceito ficou pronta, em 2016, os irmãos lançaram um projeto de franquias. “A loja em Pinheiros já é de um franqueado e temos mais quatro unidades franqueadas que serão inauguradas este ano, em Sorocaba, Botucatu, Brasília e em São Paulo, na Chácara Klabin”, conta Rodrigo Chen.

A crise também não assustou a Drogavet, que nasceu em Curitiba (PR) em 2004 e já tem 34 unidades espalhadas em 16 estados. “Nunca fizemos trabalho de venda da franquia, sempre fomos procurados”, garante o sócio-fundador Flavio Pigatto. A partir deste ano a empresa está investindo em novos negócios e já está com seis novos contratos. O objetivo é chegar ao final de 2018 com 70 unidades. Uma das razões para este sucesso é que, com a manipulação de medicamentos, os donos compram a dose exata prescrita pelo veterinário, ao contrário de produtos industrializados, que vêm em embalagens com número fixo de comprimidos, o que representa uma boa economia. Fora os medicamentos feitos em pasta com sabores variados, como peixe, o que facilita na hora de medicar os pets, especialmente os gatos.
O presidente da Associação Nacional de Distribuidores de Produtos Pet, Nadson de Oliveira Pessoa, confirma que, apesar da crise, o setor cresceu de 6% a 9% em 2016, de acordo com a região. Hoje, segundo ele, cidades com mais de 15 mil habitantes já exigem a presença de serviços especializados para pets, o que vai favorecer as empresas franqueadoras.

Franquias que exigem investimentos maiores, como a Clinicão, que nasceu em Guaratinguetá em 2010 e é um mix de consultório e clínica veterinária, e a Animal Place, que integra centro estético e hospital veterinário, sentiram que a crise atrapalhou a procura de interessados, em especial em 2016, mas não afetou o movimento das unidades já existentes.

A Clinicão espera ter cinco lojas franqueadas até o final deste ano. A Animal Place, que tem quatro unidades, fechou apenas um contrato em 2016, mas este ano notou um aumento na procura por interessados e o plano é chegar ao final de 2020 com 20 novas unidades.

O consultor Paulo Ancona, da Vecchi Ancona, concorda que este ano os negócios devem ser retomados. “Os mercados grandes, como as capitais, estão criando novas necessidades, como rações, petiscos e serviços diferenciados”, diz ele. “Já as cidades menores, em especial no interior de São Paulo, e o Nordeste, têm carência deste tipo de serviço e oferecem grandes chances para novos negócios.”

Fonte: Valor Econômico