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Vendas de papelão voltam a crescer e projetam alta de até 2% no ano

O desempenho positivo e acima do esperado das expedições de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado nos dois primeiros meses do ano sinaliza que há retomada da economia brasileira, na avaliação da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO). Para 2017, a entidade projeta crescimento de 1,5% a 2% nas vendas desse tipo de embalagem, após dois anos de quedas superiores a 2%. Essa é a primeira estimativa oficial da ABPO para o ano, que terá três dias úteis a menos que 2016.

Em seu boletim estatístico, a entidade informou ontem que as expedições de papelão cresceram 4,23% no primeiro bimestre, para 523,886 mil toneladas, voltando aos níveis de 2013. Em fevereiro, as vendas subiram 3,06% na comparação anual, para 252,314 mil toneladas, mas caíram 0,46% ante janeiro, considerando-se o ajuste sazonal.

Em entrevista ao Valor, o diretor da ABPO Sérgio Ribas afirmou que os resultados de janeiro e fevereiro ficaram acima da expectativa da indústria, embora seja necessário considerar a fraca base de comparação de 2016. Em janeiro do ano passado, as expedições encolheram mais de 7% ante 2015. Em fevereiro, a baixa foi de 4%.

“Janeiro poderia ter sido reflexo da reposição de estoques, mas fevereiro teve ritmo semelhante e março segue nessa mesma tendência”, disse o executivo. Diante disso, a previsão é a de crescimento vigoroso no primeiro trimestre deste ano, com expansão mais lenta no segundo trimestre – já que esse intervalo de 2016 mostrou desempenho mais estável.

Consideradas um importante indicador do nível de atividade do país, as expedições de papelão ondulado sinalizam que há retomada econômica, assim como já indicou a produção industrial, avalia Ribas. “É um sinal positivo, mas a base de comparação também é fraca”, ponderou.
Nesse ambiente de recuperação, fabricantes de embalagens de papelão ondulado anunciaram aumentos de preço neste ano com vistas a recompor margens, afetadas no ano passado pela elevação dos custos com mão de obra e com matéria-prima. O preço das aparas, disse o diretor da ABPO, segue acima da média histórica, de R$ 500 por tonelada. “Há necessidade de repasse, mas é mais difícil aplicar aumentos em um ambiente de demanda retraída”, disse.

Depois da queda de 2,8% em 2015, as vendas recuaram 2,3%, a 3,26 milhões de toneladas no ano passado.

Fonte: Valor Econômico