O Brasil possui hoje 332 Food Techs espalhadas por todo o país – startups voltadas para o setor de alimentação – da produção à entrega, segundo levantamento inédito realizado no mês de maio, que ainda contou com as opiniões e entrevistas de empresas como BRF, Nestlé, Flormel, Benjamin A Padaria, Heineken, IFSP e ANVISA. O mapeamento analisou um banco de dados com mais de 15 mil startups do Brasil todo e foi realizado pelo Liga Insights (insights.liga.ventures) – plataforma que reúne conteúdos relevantes sobre inovação e startups em diversos setores – em parceria com a aceleradora Liga Ventures (liga.ventures), Ambev, Cargill, IGC Partners e Derraik & Menezes Advogados.
As soluções foram divididas em 16 categorias, com destaque para as do segmento de Tecnologias para Produção (Biotecnologia / Hard Sciences) e Promoção do Varejo (16%), Novos Alimentos e Bebidas ficam com 13%, Logística e Entrega e Gestão do Varejo (8%) e Alimentação em casa e no Trabalho (6%).
Com 5% estão os Marketplaces de Alimentos e Delivery e Farm-to-table, seguidos por Marketplaces para a Produção representam e Qualidade e Monitoramento com 4%. Serviços em Bebidas, Informação e Orientação ficam com 3% cada. Depois, ainda aparecem Shoppers (2%), Reaproveitamento de Resíduos e Descartes (2%), Marketplace B2B (2%) e Novos Canais de Vendas (1%).
Crescimento populacional = necessidade de inovação na área alimentícia
Segundo informações do Liga Insights, estima-se um crescimento populacional de 33% até 2050, com isso, a produção de alimentos terá que aumentar em mais de 70% para atender toda a demanda. Além disso, há uma grande preocupação da sociedade em relação a novos hábitos alimentares, alimentação saudável e o desperdício de alimentos.
Para Raphael Augusto, head do Liga Insights, o mercado de food pode ser muito explorado no Brasil e atuar desde a produção de alimentos até a entrega, passando pelo reutilização e desperdícios. “O mercado já percebeu que o crescimento populacional e a mudança dos comportamentos relacionados aos hábitos de alimentação vão desencadear uma série de movimentos de adaptação, tanto na indústria, como na produção e no varejo. Enquanto os grandes players ainda estão iniciando este movimento, as startups estão largando na frente e se posicionando como empresas prontas e ágeis para responder ao novo mercado”, analisa.
No Brasil, o investimento nessas inovações ainda é tímido se comparado a de outros países, mas tem potencial de crescimento. Segundo o The Food Tech Matters, espera-se que o mercado de Food Techs atinja um valor global de £196 bilhões em 2022 (aproximadamente R$ 980 bilhões).
Startups investem em alimentação saudável – da colheita até a entrega
A BeGreen é uma startup que constrói fazendas urbanas para produção de alimentos livres de agrotóxicos. Fundada pelos empreendedores Giuliano Bitencourt e Pedro Graziano, a startup criou a primeira fazenda dentro de um shopping, em Belo Horizonte, capaz de produzir mais de 40 mil pés de hortaliças por mês. Em parceria com a Mercedes, a BeGreen também desenvolveu uma fazenda urbana na laje da fábrica da empresa com o objetivo de abastecer o restaurante dos funcionários.
Já a startup Lucco Fit, criada por Gustavo Brunello e Daniel Luco, tem como objetivo oferecer comida saudável pronta – desde refeições completas até doces sem açúcar ou conservantes. Com uma fábrica própria na cidade de São Paulo, a startup produz mais de 100 mil refeições por mês. A principal fonte da marca é o e-commerce, mas também possuem loja física.
Confira o mapeamento completo:
https://insights.liga.ventures/estudos-completos/foodtechs/
Fonte: Agência Noar