Há muito tempo que o papel e o papelão ondulado deixaram de embalar mercadorias e tornaram-se bens de consumo reciclados, que ainda podem ser reaproveitados dentro da própria economia. A Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO), entidade de classe sem fins lucrativos, que desde 1974 representa a indústria de Papelão Ondulado no Brasil, amplia seu escopo de atuação e surge renovada como Associação Brasileira de Embalagens em Papel (Empapel).
A nova associação nasce em 2020, um ano desafiador e marcado pela pandemia da Covid-19, com a importante missão de explorar todo o potencial do insumo em um cenário em que os consumidores estão cada vez mais conscientes e comprometidos com a economia circular — conceito que promove novas maneiras de produzir e consumir, que gerem recursos a longo prazo.
“A proposta de representar o segmento de papel e papelão ondulado destinados à fabricação de embalagens está direcionada a uma atuação mais estratégica em uma sociedade que cobra novos meios de produzir de maneira mais sustentável a cada dia. Nossa meta é crescer 3% nos próximos cinco anos”, afirma Gabriella Michelucci, presidente da Empapel.
A entidade tem como missão ser reconhecida como uma associação que transforma o diferencial ambiental das embalagens de papel. “A Empapel quer promover uma ampliação de mercado e de oportunidades de negócios para os seus associados, além de alcançar protagonismo em soluções para embalagem”, reitera a presidente.
Mercado
Dados da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), a partir de pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), dão conta de que 31% do mercado de embalagens provém do setor (papel, papelão ondulado, papel cartão/cartolina e madeira).
O aumento da busca por embalagens mais sustentáveis, produzidas a partir de fontes renováveis, vem crescendo a cada ano. A taxa de recuperação do papel produzido no Brasil para o mercado interno é de 86,3%, segundo dados da Pöyry, a partir de pesquisa da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), de 2019.
Do ponto de vista econômico, o setor reduz custos com produção e ainda distribui riquezas, além de contribuir com a diminuição dos detritos em aterros sanitários. O Brasil está entre os principais países recicladores de papel do mundo, com 4,1 milhões de toneladas retornando para o processo produtivo, segundo dados da Ibá de 2019.
Atualmente, 67% das embalagens brasileiras são produzidas com fibras recicladas. Outro aspecto, o social, também está inserido neste contexto, uma vez que este mercado gera renda para catadores e recicladores.
Multiplicidade de uso
A embalagem de papelão ondulado permite inúmeras aplicações, com destaque para a crescente demanda no comércio eletrônico. Dados da Associação Brasileira do Comércio Eletrônico (ABcomm) mostram que, antes de março de 2020, as vendas pela internet representavam 5,8% do que era comercializado no varejo. De janeiro a agosto, em relação ao mesmo período de 2019, o faturamento do varejo digital cresceu 56,8%, com expectativa de fechar o ano com taxa de crescimento consolidada em 10%.
No mercado de embalagens de papel, por exemplo, houve aumento das compras on-line de bens duráveis e semiduráveis em vários segmentos como vestuário, eletroeletrônicos, móveis, além do delivery de alimentos e bebidas, por conta da procura por produtos que precisavam chegar embalados.
Além de proteção ao produto, as embalagens oferecem segurança no transporte contra choques físicos, na condução até o destino final, seja a prateleira dos mercados, locais de armazenamento ou a casa dos consumidores. As embalagens de papelão ondulado carregam também um conceito de simplicidade e baixo custo. Elas podem ser moldadas em diversos formatos e o produto é leve, prático e demanda pouco espaço para acomodação, uma vez que é totalmente customizada.
Há muito trabalho pela frente para a Empapel. Como ponto de partida, a nova entidade acompanha o setor de perto, com boletins analíticos, organização de cursos de aprimoramento profissional do segmento e participação em eventos on-line. Com este trabalho é possível identificar as necessidades do mercado, além de diferentes oportunidades de investimentos e negócios.
Fonte: Germinare Comunicação