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“Cada vez mais, a complexidade do pós-consumo está no novo briefing de desenvolvimento de embalagens”

A economia circular de embalagens é fundamental para a perenidade do planeta e dos negócios. As empresas do setor já entenderam isso e estão trabalhando para atender essa nova demanda do mercado. A Braskem, empresa petroquímica brasileira produtora de resinas plásticas, tem investido em soluções sustentáveis. “A resina de polietileno verde I´m Green é uma grande marca da companhia que se expandiu com o tempo pela mudança do mercado. O nosso portfólio de resinas recicladas é bastante extenso e nós queremos colocá-las em soluções e aplicações onde não são muito comuns”, explica Fábio Sant´Ana, especialista em desenvolvimento de mercado para embalagens e bens de consumo da Braskem.

 

Em 2020, a Braskem investiu US$ 61 milhões para aumentar a capacidade produtiva de polietileno verde, que vai saltar de 200 mil para 260 mil toneladas em 2022. “Somos um dos principais players de biopolímeros do mundo”, afirma o executivo.

Segundo ele, em parceria com a Valoren, empresa especializada na recuperação de produtos e transformação de resíduos, a petroquímica vai investir US$ 67 milhões para produzir 14 mil toneladas de resina reciclada.

 

“No começo do ano, a Braskem anunciou a instalação de uma ilha de reciclagem no centro de tecnologia focado em PCR para impulsionar, aprender e trazer parceria para ter resinas recicladas de alta qualidade para o mercado. Essas são algumas iniciativas. Nosso pipeline tem outras iniciativas porque temos metas ousadas de sustentabilidade que têm influenciado diretamente os nossos negócios”, afirma Sant´Ana.

 

Há vários desafios para o desenvolvimento de embalagens circulares. “O primeiro deles parece simples, mas é muito desafiador. O primeiro ponto é mudar o mindset da cadeia do plástico. A gente (empresas e designers) está muito acostumado a fazer o produto de um jeito. As demandas que a gente recebia dos brand owners eram diferentes e a Braskem está se preparando para se antecipar. Depois do consumo do produto o que acontece? Isso não estava no briefing. Cada vez mais, a complexidade do pós-consumo está no novo briefing de desenvolvimento de embalagens”.

 

Há uma necessidade para reduzir totalmente a necessidade de embalagens plásticas de uso único. “Mais do que falar de uso único. Na sociedade atual, esta solução tem viabilizado muita coisa na vida moderna. Isso não quer dizer que não temos que ver como a gente lida com essa questão. Ela não pode ser usada de forma indiscriminada, mas olhando para a circularidade”, salienta Sant´Ana. Segundo ele, a grande mudança é entender que o reutilizável e o retornável são drivers superimportantes que devem ser desenvolvidos. “Desenvolvemos recentemente uma embalagem retornável para o e-commerce. O plástico é durável, resistente e maleável que no reuso são características fundamentais. A nossa solução suporta 40 ciclos. Queremos promover as soluções de reuso usando o melhor do plástico”, conclui.

 

A entrevista completa com Fabio Sant´Ana, especialista em desenvolvimento de mercado para embalagens e bens de consumo, está disponível em nosso perfil do Linkedin.