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Central de Custódia desenvolve 1° sistema de circularidade de resíduos da cadeia do plástico

4° maior produtor de lixo plástico no mundo, o Brasil reciclou 23,1% dos resíduos plásticos pós consumo em 2020, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), e possui o desafio de ampliar os índices de reciclagem, assegurando um modelo de consumo mais sustentável.
A Central de Custódia, startup especialista em rastreabilidade de dados da cadeia de logística reversa de embalagens, está desenvolvendo uma ferramenta capaz de rastrear os resíduos plásticos desde o seu descarte até a reinserção como matéria-prima na fabricação de um novo produto.
A iniciativa foi estabelecida por meio de um convênio assinado no final de maio entre a ABIPLAST (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), respectivamente gestora e financiadora da medida, no acordo que terá vigência de dois anos.
Para Fernando Bernardes, Diretor de Operações da Central de Custódia, o convênio possibilita aliar a experiência da startup em rastreabilidade de dados da cadeia de reciclagem do país às necessidades de todos os agentes do setor. “O sistema que estamos desenvolvendo possibilitará rastrear toda a circularidade da cadeia do plástico envolvendo todos os agentes: entidades gestoras, operadoras da reciclagem, indústria de reciclagem, indústria de embalagens e proprietários de marcas. Desconhecemos algo similar no mundo”, afirma.
Com o novo convênio, a ferramenta criada vai poder emitir um Certificado de Economia Circular dos plásticos a partir do rastreio de origem dos seus resíduos e da verificação da circularidade, ou seja, do descarte ao reuso como matéria-prima a novos produtos e mercados, e com transparência e segurança jurídica dos dados utilizados.
De acordo com o diretor-superintendente da ABIPLAST, Paulo Teixeira, na prática, a ferramenta vai se valer dos dados de origem dos resíduos de forma combinada às informações da indústria no uso dos resíduos como matéria-prima e reincorporados em novos produtos. “Com isso, é possível também garantir segurança jurídica para as empresas usuárias da plataforma – algo que, no final das contas, torna ainda mais atrativa a adesão a modelos circulares de economia”, complementa.
Sendo verificador independente, é vedado à Central de Custódia comercializar créditos de logística reversa. Essa essência traz segurança e transparência para toda a cadeia de reciclagem de embalagens pós consumo compartilhar seus dados de forma anonimizada e possibilitar integração entre eles, evitando colidência e duplicidade de resultados, e permitindo a rastreabilidade dos dados da origem de triagem até o proprietário da marca ou “brand owner”.
“É importante salientar que os dados lançados no sistema de circularidade do plástico serão integrados com os dados da base da Central de Custódia, de forma anonimizados, o que possibilita a rastreabilidade completa do plástico da origem ao novo produto. Essa integração será a única forma de evitar o que denominamos de “duplicação de massa” em diferentes Notas Fiscais nos resultados de logística reversa de embalagem em geral, e possibilitará o aumento de fluxo de material para a Indústria Recicladora , além de coibir as práticas de greenwashing no mercado de créditos de reciclagem ”, destaca Bernardes.
A Central de Custódia atua como verificador independente de resultados de logística reversa de embalagens do Brasil e possui em sua base de cliente mais de 12 programas, que já adicionaram na Central mais de 600 mil toneladas de embalagens pós-consumo recuperadas no país.
Atualmente contém na Central de Custódia mais 541 Cooperativas/Associação de Catadores e Operadores Privados, ambos são conhecidos no setor como Operadores. “Na maioria das vezes, os operadores comercializam materiais entre eles e após determinado acumulo no operador mais bem estruturado esse material é enviado até a Indústria Recicladora. O modelo de circularidade do plástico desenhado, foi elaborado para trabalhar de forma independente e integrado na Central de Custódia, sendo que toda vez que elos da cadeia forem comuns em ambos os sistemas, será possível verificar o caminho do material até chegar naquele determinado operador logísticos e a partir do operador logístico até chegar na indústria recicladora e consequentemente até o proprietário de marca”, finaliza Bernardes.
Fonte: Press à Porter Gestão de Imagem