O Brasil possui uma indústria recicladora de plástico madura, diversificada e disposta a investir mais em 2018, visando o crescimento do setor. É o que mostra o mais recente mapeamento de recicladores de plástico no Brasil, realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), referente ao ano de 2016. A iniciativa é do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), parceria da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), e da Braskem, maior petroquímica das Américas.
Do universo analisado, com cerca de 110 recicladores, 37% consideram que o período foi estável ou melhor em relação ao estudo anterior e 43% planejam investir nos próximos anos. “O Brasil possuiu um dos mercados mais sofisticados do mundo em reciclagem de plástico. Em poucos lugares encontramos a diversidade de aplicação que temos aqui”, diz o professor da FIA Leandro Fraga, responsável pela pesquisa. De acordo com o estudioso, o Brasil sai na frente em relação à oferta de produtos transformados a partir do plástico reciclado, sendo capaz de produzir desde simples itens, como tampas de embalagens, até peças para indústria automotiva, consideradas mais complexas.
A maturidade do setor pode ser representada pelo tempo de atuação das empresas. Segundo o mapeamento, 94% dos transformadores existem há mais de seis anos, sendo que 79% estão em atividade há mais de uma década. Em relação ao porte dos players, o estudo revela um mercado bem equilibrado, com 49% de empresas de grande e médio portes e 51% de micro e pequenas empresas.
O reconhecimento do valor do plástico como matéria-prima por parte das empresas também é crescente, segundo a pesquisa. “O plástico reciclado é outra forma de produzir plástico. Além disso, os consumidores já reconhecem o reciclado como atributo e não uma resina barata”, diz Fraga. As embalagens são as grandes fontes de reciclagem, 39% das recicladoras ouvidas têm na embalagem 90% ou mais do total reciclado.
O mercado interno é o que mais fornece material reciclável para as transformadoras. O mapeamento mostra que apenas 5% dos entrevistados importam matéria-prima, que representa apenas 2% do volume do total reciclado.
O campeão de reciclagem é o polietileno, resina reciclada por 27% dos participantes do estudo. Também possuem grande representatividade o polipropileno (23%), o PET (16%) e o PS (15%).
Para Leandro Fraga, o gargalo desta indústria é a dificuldade de acesso dos transformadores ao plástico a ser reciclado. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apenas 13% dos resíduos sólidos urbanos no Brasil têm como destino as recicladoras. “Precisamos ter em mente que a importância da reciclagem já é uma realidade. Buscar soluções para este gargalo é uma questão que precisa ser resolvida em curto prazo”.
Fonte: Virta Comunicação Corporativa