Movimento Circular, Dow e Valgroup lançam primeira embalagem monomaterial de café
O Brasil, maior produtor e um dos principais consumidores de café do mundo, dá um passo importante em inovação com o lançamento de um café feito para ser circular, por meio da embalagem O1NE – a primeira embalagem monomaterial de café desenhada para reciclagem no país. A iniciativa é resultado de uma parceria articulada pelo Movimento Circular, que conectou Dow e Valgroup, responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia, com a Catarina Café e Amor, torrefação premium pioneira na adoção da solução em sua linha de produtos.
O lançamento da O1NE acontece em um mercado de grande relevância: em 2024, o setor de café no Brasil movimentou R$ 36,8 bilhões e consumiu 21,9 milhões de sacas de café industrializado, segundo o Departamento de Sustentabilidade da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). O país, além de maior produtor, é também o maior consumidor do próprio café. Do volume total produzido, cerca de 80% se transforma em café torrado e moído — o equivalente a mais de 1 bilhão de quilos por ano.
No varejo, ainda de acordo com a Abic, 40% das embalagens de café são de 500g e 60% de 250g, resultando em uma estimativa de cerca de 3,3 bilhões de embalagens colocadas no mercado brasileiro todos os anos — aquelas mesmas que compramos em supermercados e cafeterias. Isso significa mais de uma embalagem por mês por habitante, a maioria com destino direto para aterros sanitários ou para um dos mais de 3.000 lixões que o Brasil ainda insiste em manter. Esses números reforçam a urgência e o potencial de soluções circulares para o setor do café.
“A embalagem O1NE é o primeiro modelo pensado desde a concepção para possibilitar a circularidade, onde a ciência de materiais oferece uma resposta concreta às demandas por embalagens sustentáveis”, comenta Vinicius Saraceni, diretor-geral do Movimento Circular.
Por meio do Pack Studios (centro global de inovação em embalagens), a Dow ofereceu expertise em design técnico e diferenciais tecnológicos para acelerar o desenvolvimento da solução junto à Valgroup. Utilizando resinas de alto desempenho, como ELITE™ AT e INNATE™, o novo formato combina barreira funcional contra umidade e oxigênio, alta resistência mecânica e apelo visual, sem comprometer a performance e facilitando a reciclabilidade.
Vinícius destaca o papel efetivo do Movimento Circular na chegada da tecnologia ao mercado.“Atuamos conectando as competências dos parceiros Dow, Valgroup e a visão e compromisso da Catarina Café e Amor para tornar essa solução concreta. Esse processo evidencia o impacto da informação e da educação na conscientização das lideranças empresariais sobre a economia circular. A Catarina Café e Amor, por exemplo, já acompanha essa pauta há bastante tempo, investe para se tornar referência na economia circular no segmento de cafés especiais”.
A executiva Leticia Vanzetto, Gerente de Desenvolvimento de Mercado para Embalagens, da Dow, acredita que a inovação tem potencial para impulsionar a reciclabilidade de embalagens em diversos segmentos e acelerar a transição para uma economia circular. “Queremos inspirar outros segmentos a seguir o mesmo caminho. Essa tecnologia é escalável e adaptável a diferentes setores, como alimentos, cosméticos e limpeza. É uma plataforma de inovação com potencial para redefinir os padrões de sustentabilidade da indústria de embalagens, especialmente no segmento de café onde apresenta uma inovação sem precedentes no Brasil”, reforça.
“A Catarina Coffee nos mostra que a mudança depende de ousadia com responsabilidade. A marca entendeu o desafio e abriu as portas para colocarmos no mercado o que muitas grandes empresas se mostraram mais conservadoras. Esse movimento para embalagens que favorecem a reciclagem e que foram pensadas para a circularidade é fundamental para que possamos reduzir o impacto ambiental do consumo.” João Alves, Gerente de Inovação da Valgroup.
“Somos uma torrefação que cuida de cada etapa do processo — do grão até a xícara do cliente — porque sabemos que tudo o que fazemos, de alguma forma, volta para a natureza e interfere na saúde do planeta”, explica Marina Souza Gomes, uma das sócias da Catarina Café e Amor. Ela lembra que essa “saúde” influencia toda a cadeia, começando lá no produtor de café: “Isso impacta a safra, mexe nos preços, afeta a qualidade… no fim, tudo está conectado, num ciclo constante”.
O Movimento Circular atua como catalisador da transição para a economia circular na América Latina, funcionando como um ecossistema colaborativo que impulsiona mudanças reais por meio da educação. “Acreditamos que a inovação só é verdadeiramente transformadora quando nasce da colaboração, e este projeto é um exemplo concreto disso. A iniciativa demonstra como diferentes setores podem se unir para criar soluções sustentáveis e acessíveis. Esta embalagem representa mais do que um avanço técnico: é um convite para repensarmos o ciclo de vida dos produtos que consumimos”, completa Viníc
Fonte e foto: divulgação: Betini Comunicação