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Pandemia acelera o consumo off trade de cervejas em lata

O mercado brasileiro de latas de alumínio tem crescido fortemente nos últimos anos. No período de 2018 e 2019, o setor cresceu 15%. No ano passado, o Brasil produziu 30 bilhões de latas de alumínio e a América do Sul 35 bilhões de unidades. Essa curva de crescimento foi interrompida pela pandemia do coronavírus. “Abril foi um dos piores meses da lata de alumínio, registrando uma queda de 50%”, afirma Hugo Magalhães, gerente de marketing e desenvolvimento de novos negócios da Ball para a América do Sul. O ponto positivo deste cenário, segundo ele, é que a companhia tem o maior footprint do Brasil, com 10 plantas fabris, e tomou muitas medidas para garantir a sustentabilidade do negócio. “Em maio, já começamos a sentir o aquecimento do mercado novamente”.

 

O consumo off trade (consumo em casa) já era crescente no mercado brasileiro, principalmente, nas grandes cidades por conta da violência urbana, que confina as pessoas em seus lares. Elas também reúnem os amigos para tomar cerveja. “A pandemia acelerou essa tendência de consumo. No Brasil, 62% da cerveja é vendida para o canal off trade. No Chile, 83% e na Argentina, 85%”, revela Magalhães.

 

A lata envasa mais de 50% da cerveja consumida no Brasil. Há várias razões que explicam esse aumento de market share. “Um deles que eu já citei é o canal off trade, mas também a extensão do portfólio de latas para diferentes ocasiões de consumo da cerveja”, explica. Ele continua: “Também estamos bastante focados no desenvolvimento do mercado de cervejas artesanais para atender as suas necessidades. Investimos em tecnologia para a demanda de lotes mínimos de produção do setor de craft beer”.

 

A tecnologia de impressão para latas de alumínio também evoluiu a olhos vistos. “Costumo dizer que a lata é um outdoor na mão do consumidor, pois permite a impressão 360o . O verniz fosco, por exemplo, é utilizado para decoração de latas para cerveja premium. Esse acabamento confere um toque retrô ao produto”. Outra inovação no acabamento é o verniz com efeito táctil que confere diferenciação ao produto e à marca. Este verniz especial foi utilizado na lata da cerveja Budweiser que simula a textura de uma bola de basquete. A iniciativa foi feita para a final da NBA. “Todas estas inovações estão disponíveis para o mercado”, afirma.

 

Os segmentos de cerveja artesanal, vinho e água mineral são vistos como novas oportunidades de mercado para a Ball na América do Sul. “Escolhemos algumas categorias para começar uma experiência segura para os consumidores com um produto novo. Se a gente falhar talvez não tenha uma segunda chance”, diz.

 

No Chile, a Ball lançou uma lata de 270 ml para vinho rose e na Argentina, o vinho Santa Julia, também adotou a lata. “O vinho em lata promove novas ocasiões de consumo individual da bebida, como em casa, no churrasco com amigos ou na praia, por exemplo”, diz. Na América do Sul, a Ball já lançou mais de 50 rótulos de vinho em lata.

 

A entrevista completa com Hugo Magalhães pode ser assistida no canal do YouTube do Instituto de Embalagens.

 

Na próxima terça-feira (07/07), o nosso convidado da série Embalagens em Pauta é Bruno Rosa, coordenador de projetos estratégicos da Valfilm.