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Parceria entre organizadores, cooperativas e recicladoras agregam valor sustentável aos grandes eventos

No ramo dos grandes e mega eventos, assim como na indústria, a promoção da sustentabilidade ambiental tem força de lei, desde a implementação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em abril de 2022. Com isso, empresas organizadoras buscam soluções mais alinhadas às melhores práticas ambientais, para reduzir o impacto de exposições, shows, feiras e celebrações populares.

Nesse contexto, parcerias comerciais entre empresas de eventos, cooperativas e  recicladoras ganham cada vez mais espaço e têm se transformado em umas das soluções efetivas para agregar valor sustentável aos eventos, destinando e reaproveitando corretamente resíduos gerados.

Uma pesquisa do IBGE divulgada no ano passado, realizada em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, atesta essa mudança de mentalidade no meio industrial: das 9,8 mil empresas industriais com 100 ou mais pessoas analisadas, 89% afirmaram ter realizado ao menos uma iniciativa ou prática ambiental, sendo as relacionadas a resíduos sólidos a mais declarada (79,6%).

E a disponibilização de embalagens de papel e papelcartão para alimentos e bebidas, em detrimento do plástico, já é considerada como um primeiro passo para um evento ambientalmente responsável, conforme o diretor de Operações da MD Papéis, Aldinir Nascimento.

“O papelcartão, normalmente utilizado para fabricar embalagens de alimentos e bebidas, é  totalmente sustentável e reciclável, mas necessita de coleta, separação, armazenamento e tratamento corretos para tanto, o que cabe às cooperativas, ou, a outras empresas especializadas. Com a parceria entre gerenciadores de logística reversa e cooperativas é possível fazer a seleção dos materiais e destinar aos recicladores como a nossa empresa, que consegue utilizar o papelcartão descartado como aparas para produzir nova matéria-prima para futuras embalagens, lembrando que ainda há exceção quando falamos de papel contaminado com gordura, resinas, plásticos e outros”, explica.

Conforme relatório da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema), o Brasil produziu 80,96 milhões de toneladas de resíduos em 2023, e do total encaminhado para disposição final, 41% – ou 28,7 milhões de toneladas – foram destinados a lixões, aterros irregulares, valas, terrenos baldios e córregos urbanos, o que reflete um hábito danoso ao meio ambiente e à saúde pública, e que precisa precisa ser combatido.

 

Com reuso de aparas, recicladores de papelcartão promovem a economia circular

Com a atuação da cooperativa durante e pós-evento, e vencidas as etapas de coleta, separação e armazenamento das aparas das embalagens, começa o trabalho da recicladora, segundo Nascimento. Empresas como a MD Papéis podem receber ou adquirir toneladas desse material, dependendo da parceria estabelecida entre o organizador do evento e a cooperativa.

“Depois, tudo é triturado e retorna ao processo produtivo do papelcartão, com acréscimo de fibras virgens de celulose e outros tratamentos, até o produto final, que pode ser utilizado na fabricação de outras embalagens, ajudando a evitar o depósito desses materiais em aterros. Nossas linhas também são fabricadas com mais de 70% de aparas recicladas, algo muito positivo de se trabalhar junto ao público dos grandes eventos e da mídia, um tipo de capital socioambiental”, ressalta o diretor de Operações da fabricante.

Conforme Nascimento, um dos grandes festivais de música realizados em São Paulo, por exemplo, passou a disponibilizar embalagens de alimentos com barreira de gordura biodegradável, feitas a partir do papelcartão. Elas foram utilizadas nos restaurantes e nos espaços dos patrocinadores do evento, evitando o uso de embalagens plásticas tradicionais. “É o tipo de investimento que gera um valor agregado muito importante ao evento, e que se transforma em marca registrada da empresa promotora”, salienta.

Fonte e foto: divulgação: RA Comunicação