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PET e RPET: um plástico que concilia o Econômico e o Ambiental

A indústria de embalagens PET continuará apresentando crescimento em 2023, seguindo a tendência dos últimos cinco anos, período em que acumula uma expansão da ordem de 22% em volume. Da mesma forma, o PET reciclado (ou RPET) traz a opção do conteúdo de reciclado na embalagem e proporciona a perfeita adesão aos avanços da circularidade. Essa característica vem atraindo a atenção de grandes brand owners, que demandam cada vez mais o material. Essa procura fez com que o consumo de RPET no Brasil tenha crescido 15,4% nos dois últimos anos, enquanto o material virgem cresceu apenas 12,4% no mesmo período.

 

Para este ano, a previsão da Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET) é que o setor cresça em torno de 4%, um pouco mais que os 3,3% de 2022, quando atingiu a produção de 692 mil toneladas de resina virgem no mercado brasileiro.

 

“Tanto no caso da resina virgem quanto da reciclada, os efeitos da pandemia já foram superados. O que temos visto é um crescimento consistente, baseado em características muito fortes do setor: a estabilidade de fornecimento, diante da capacidade instalada no Brasil, superior à demanda; a inovação, que permitiu o crescimento e entrada em novos segmentos de mercado; o custo final competitivo, que contribui para o acesso de parcela maior da população a bens de consumo e alimentos; e a circularidade da embalagem, vital para os projetos de ESG de grandes brand owners, que valorizam esse diferencial diante de outras opções existentes”, afirma o presidente executivo da ABIPET, Auri Marçon.

 

Crescimento em mercados diversificados

Bebidas não alcoólicas permanecem como o principal mercado da embalagem PET. Em termos de volume, dos mais de 30 bilhões de litros vendidos atualmente no Brasil, aproximadamente 80% de toda a produção se concentra nos segmentos de água mineral e refrigerante. Mas também merecem destaque os sucos prontos para beber, bebidas matinais, energéticos e isotônicos, que têm apresentado resultados importantes.

 

Fora do setor de bebidas, há também o crescimento nos segmentos de higiene e limpeza. Além de oferecer transparência e resistência (mecânica e química), permite o envase de diferentes tipos de produtos. O PET tem se tornado atrativo pela disponibilidade e pela possibilidade de uso tanto do material virgem como do reciclado, ambos de altíssima qualidade.

 

Tendências positivas no front

Para 2023, mesmo considerando a possibilidade de alguma desaceleração macroeconômica, o presidente da ABIPET observa fatores positivos para a competitividade do PET (commodity global) na comparação com os concorrentes em alguns segmentos, gerados pela razoável estabilidade cambial e a equação do petróleo mais estável na Europa e nos Estados Unidos.

 

Somados a esses pontos positivos, também estão inúmeros projetos que visam substituir embalagens de outros materiais por PET, em segmentos importantes como matinais, sucos prontos para beber, alimentos & condimentos e até cerveja.  A possibilidade do El Niño, prevista para esse ano e que, via de regra, acarreta aumento da temperatura, pode impulsionar o consumo per capta em boa parte das regiões do País.

 

As previsões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) indicam um aumento do custo de energia superior à inflação, o que pode afetar materiais de embalagem com grande dependência desse insumo, como é o caso do alumínio e do vidro e até dos cartonados. Esse é um ponto relevante pois “o baixo custo final da combinação produto/embalagem proporcionado pela embalagem PET contribui fortemente para a democratização do consumo de alguns itens, especialmente entre a população de menor poder aquisitivo. Esse é um fator importante em momentos mais críticos, mas também em tempos de retomada econômica”, afirma o presidente executivo da ABIPET.

 

Circularidade é o grande diferencial

 

Ao longo das últimas décadas, o desenvolvimento de inúmeras aplicações para o uso do PET reciclado transformou a embalagem em um grande sucesso em termos de circularidade. O último Censo da Reciclagem do PET no Brasil, relativo a 2021, aponta que 56,4% das embalagens PET pós-consumo foram efetivamente recicladas e receberam destinação adequada no País, o que representa uma alta de 15,4% sobre o volume registrado no levantamento anterior, de 2019. O crescimento é superior ao da resina virgem, que no mesmo período foi de 12,4%.

 

De acordo com Auri Marçon, o crescimento da reciclagem será mantido, apesar das dificuldades decorrentes da falta de sistemas públicos robustos de coleta seletiva no Brasil. A expectativa se baseia em inúmeros projetos ligados a ESG, principalmente das grandes marcas de refrigerante, água, atendidas pelo processo de reciclagem bottle to bottle grau alimentício, e produtos de limpeza.

 

“Esses projetos visam aumentar a quantidade de PET PCR (Pós-Consumo Reciclado) na composição da matéria-prima para fabricação das embalagens. Por serem marcas que atuam em grande escala, pequenas percentagens de incremento geram uma demanda adicional interessante para o mercado. Esse crescimento leva o mercado mundial, e também o brasileiro, a acelerar seu processo de amadurecimento no que diz respeito à busca por produtos e embalagens mais saudáveis e mais sustentáveis”, destaca. “Só para constar, a atividade econômica ligada à reciclagem de PET já atinge R$ 5,8 bilhões”, acrescenta.

 

Outro ponto positivo para a reciclagem é a recuperação do setor têxtil brasileiro, segundo maior usuário do PET reciclado, que sofreu durante a pandemia, mas vem resgatando melhor nível nas atividades e consumindo matéria-prima reciclada. “As perspectivas relativas à demanda por material reciclado são ótimas, com crescimento sendo impulsionado por diversos segmentos”, conclui Marçon.

 

Fonte: Oboé Comunicação Corporativa