As embalagens e rótulos estão se tornando cada vez mais importantes para o futuro estratégico da indústria de impressão, com vendas anuais agora ultrapassando meio trilhão de dólares.
Enquanto os mercados tradicionais de publicações e gráficos estão estagnados ou em declínio, o aumento do consumo de produtos embalados está impulsionando o crescimento. Isso foi observado na Drupa 2024, realizada no início deste ano, com diversos fabricantes de equipamentos (OEMs) lançando novas máquinas para impressão em papelão ondulado, papelcartão, embalagens flexíveis e rótulos.
Segundo o relatório The Future of Package Printing to 2029, da Smitheres, em 2024, o valor total global no setor alcançará US$ 504,9 bilhões (a preços constantes de 2023). Este ano, serão impressos 14,31 trilhões de equivalentes A4 de rótulos, papelão ondulado, papelcartão, embalagens flexíveis de papel e plásticos, embalagens rígidas de plástico e metal; consumindo 1,54 milhão de toneladas de tinta.
Apesar dos desafios econômicos globais e novas exigências de sustentabilidade, uma trajetória de crescimento estável está se reafirmando. Isso elevará o valor global para US$ 604,0 bilhões em 2029, representando uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de +3,6%, em valor. No mesmo período, a produção aumentará para 17,12 trilhões de equivalentes A4.
Fabricantes de impressoras digitais e analógicas estão desenvolvendo tecnologia para aproveitar as oportunidades desse mercado. A flexografia continua sendo o processo de impressão mais utilizado, especialmente para grandes volumes de papelão ondulado, rótulos e formatos flexíveis, representando 52,6% da produção atual. A rotogravura e a litografia offset também são populares, principalmente para impressão em embalagens de papelcartão e embalagens flexíveis, correspondendo a 20,1% e 17,9% do volume de embalagens e rótulos, respectivamente.
Para todos os OEMs analógicos, a crescente penetração da impressão digital, especialmente a nova geração de máquinas jato de tinta de maior rendimento, representa um desafio direto. A qualidade está melhorando em impressoras jato de tinta e eletrofotográficas (toner), ao mesmo tempo em que se tornam mais competitivas em termos de custo para tiragens maiores. Essas tecnologias também oferecem tempos de entrega mais curtos, menos desperdício, maior possibilidade de personalização e são mais fáceis de integrar a sistemas de design e pedidos online – todos alinhados às demandas de maior versatilidade por parte dos compradores de embalagens.
Na Drupa 2024, uma série de novas máquinas para impressão digital de alta velocidade em embalagens de papelcartão foram apresentadas, além de um desenvolvimento crescente de impressoras jato de tinta de passagem única para papelão ondulado, e máquinas narrow web de toner e jato de tinta estão sendo configuradas para também assumir trabalhos flexíveis de curta tiragem. O potencial desses sistemas para agregar valor significa que, embora a impressão digital represente apenas 1,1% do volume em 2024, ela responde por 3,9% do valor. A Smithers prevê uma expansão ainda maior, com a produção digital crescendo a um CAGR de +12,8% nos próximos cinco anos.
Em resposta, os OEMs analógicos estão investindo em maior automação, tanto na pré-impressão quanto na impressão; combinando isso com fluxos de trabalho superiores, plataformas de manutenção online e outros softwares, além de desenvolver sistemas híbridos com estações jato de tinta para impressão de elementos variáveis em linhas analógicas de alta velocidade.
À medida que a tecnologia evolui no setor, os OEMs e prestadores de serviços de impressão estão se adaptando às mudanças nos materiais de embalagem. A busca por maior sustentabilidade está incentivando os convertedores a utilizarem mais papelcartão e estoques de papel revestido, além de formatos de polímeros monomateriais mais espessos em embalagens flexíveis.
Desenvolvimentos regulatórios, como o Regulamento de Embalagens e Resíduos de Embalagens da União Europeia (PPWR), estão enfatizando a reciclabilidade. Isso está criando uma demanda para que as gráficas de embalagens passem a usar tintas à base de água, invistam em melhores tecnologias de desintegração de tinta e trabalhem com novos conjuntos de materiais mais fáceis de recuperar no final da vida útil. No segmento narrow web, isso está incentivando os convertedores a utilizarem rótulos mais finos e mais fáceis de separar, reduzindo a cobertura de tinta e minimizando ou trocando os adesivos.
Fonte: Smithers