A Unilever acaba de firmar parceria com a startup de logística reversa Green Mining para ampliar a reciclagem e melhorar a remuneração de catadores. A iniciativa proposta pela ONG Ecos da Natureza prevê a inauguração de uma unidade da Estação Preço de Fábrica na cidade de São Paulo para o recebimento de materiais recicláveis, onde os catadores recebem valores equivalentes aos praticados pelas usinas recicladoras, sem intermediários, de forma justa e transparente. O aporte de R$ 904 mil é uma das primeiras destinações realizadas por meio da Lei de Incentivo à Reciclagem, em vigor desde o fim de 2024, e reforça o compromisso da Unilever com a sustentabilidade, economia circular e combate à poluição plástica.
Com o apoio da Unilever passam a ser recebidos pelo projeto plásticos como PP, usado em potes e tampas, e PEAD, presente em frascos de limpeza e higiene, além dos já tradicionalmente coletados PET, vidro, papel e embalagens longa vida, como as de leite e suco. Essa ampliação fortalece a cadeia de reciclagem e aumenta a disponibilidade de matéria-prima reciclada para a indústria.
A ação faz parte do compromisso global da Unilever de proporcionar a coleta e processamento de mais embalagens plásticas do que a empresa coloca no mercado até o fim de 2025. No Brasil, esta meta foi superada com um ano de antecedência: em 2024, a companhia promoveu a reciclagem equivalente a 115% do peso total de embalagens comercializadas por suas marcas, tornando-se referência mundial entre as operações da companhia.
“A economia circular é parte central da agenda climática. Há mais de 20 anos, a sustentabilidade orienta nossas ações em quatro pilares: clima, natureza, plástico e impacto social. É fundamental avançar em soluções coletivas que fortaleçam o trabalho dos catadores, tornando a cadeia mais justa e ampliando os benefícios ambientais e sociais da reciclagem”, afirma Juliana Marra, diretora de Assuntos Corporativos, Comunicação e Sustentabilidade da Unilever Brasil.
A empresa também avança na redução do uso de plástico virgem – produzido do zero – e na incorporação de resina reciclada em suas embalagens. Hoje, 37% do plástico utilizado em frascos da Unilever no Brasil é reciclado, completando o ciclo da economia circular. Como resultado, entre 2021 e 2024, a empresa evitou o uso de mais de 57 mil toneladas de plástico virgem e a emissão de aproximadamente 100 mil toneladas de CO₂. Marcas como OMO, Cif, Comfort, TRESemmé e Hellmann’s já adotam 100% de plástico reciclado em seus frascos.
“Esta parceria com a Unilever mostra que é possível unir inovação, responsabilidade social e compromisso ambiental em um mesmo projeto. Ao garantir que os catadores recebam diretamente o preço de fábrica pelos materiais recicláveis, estamos corrigindo uma desigualdade histórica e fortalecendo um elo essencial da cadeia de reciclagem. A ampliação para novos tipos de plásticos aumenta ainda mais o impacto positivo, gerando renda digna, ampliando a reciclagem no Brasil e acelerando a transição para uma economia verdadeiramente circular.” afirma Rodrigo Oliveira, CEO e co-fundador da Green Mining.
Circularidade, inovação e impacto
Criada pela Green Mining, a Estação Preço de Fábrica combina inovação e impacto social ao eliminar intermediários da cadeia de reciclagem. Por meio de tecnologia de rastreabilidade em blockchain, o projeto garante transparência e confiabilidade em todas as transações, assegurando que qualquer pessoa, principalmente os catadores, recebam valores equivalentes aos praticados pelas usinas recicladoras. Cada pagamento é registrado e acompanhado por nota fiscal emitida em nome do CPF do catador, garantindo formalização e visibilidade ao trabalho realizado.
Desde 2021, o projeto já comprou e destinou para reciclagem mais de 5.400 toneladas de resíduos, beneficiando milhares de pessoas em diferentes regiões do Brasil. Hoje, são nove estações ativas em quatro estados, com mais de R$5,8 milhões pagos diretamente a catadores e cerca de 6 mil pessoas alcançadas.
Pioneira no Brasil na gestão de investimentos sociais, a Simbi foi responsável por apoiar a Unilever na estruturação e aceleração da iniciativa. A partir do mapeamento dos primeiros projetos aprovados pela Lei de Incentivo à Reciclagem, registrado no Transfere.gov, a social tech orientou a análise das propostas, pré-selecionou a ONG Ecos da Natureza em parceria com a Green Mining e conduziu a auditoria que assegurou a conformidade e o impacto social positivo do aporte.
“Da triagem inicial até a auditoria, passando pelo Programa de Seleção, criamos um fluxo transparente e baseado em dados, que dá segurança à Unilever e fortalece o impacto dos recursos aplicados. Esse é o papel que a Simbi deve desempenhar: ser ponte entre grandes empresas e iniciativas sociais de alto potencial”, afirma Raphael Mayer, cofundador da social tech.
Fonte: In Press Porter Noveli e foto: divulgação