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80% dos negócios que atuam no Food Service consideram o delivery uma operação lucrativa

Desde 2020, a Galunion – consultoria especializada no mercado de Food Service – realiza pesquisas com operadores de bares, restaurantes, lanchonetes, padarias, cafeterias e toda a cadeia que atua neste segmento para verificar como o mercado vem evoluindo em diferentes frentes. Um dos quesitos que vem se destacando há três anos é o delivery. Durante a pandemia, o canal foi fundamental para atender os consumidores e fazer com que os negócios continuassem operando e faturando em um período tão desafiador. Hoje, quem não atua nesta modalidade fica atrás da concorrência que vem inovando e se reinventando para cada vez mais proporcionar uma experiência de consumo diferenciada em diferentes locais e a qualquer horário do dia. Do ponto de vista dos operadores do segmento, 80% dos que possuem delivery consideram essa opção lucrativa.

Este é um dos dados da nova pesquisa intitulada “Pesquisa Alimentação Hoje: a visão dos operadores de foodservice”, realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR), Galunion – consultoria especializada no mercado foodservice e ABIA (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos). Mostrando sua consolidação, o delivery está presente em 68% dos estabelecimentos, já o take away é praticado por 57% dos operadores. “Esse dado da presença do serviço de entrega é interessante, pois se comparado com a edição anterior, tivemos uma queda de 86% para 68% dos respondentes dizendo que trabalham com delivery. Apesar de notarmos uma queda real do percentual, ao analisarmos a fundo podemos observar que a diminuição foi mais acentuada nas operações de padaria, passando de 82% para 46%. Já em relação aos demais restaurantes de serviço completo, rápido e autosserviço, a queda média foi de 15% nas operações que indicam ter delivery”, explica Nathalia Royo, responsável por Inteligência de Mercado e Marketing na Galunion.

Fora isso, a mais recente edição da pesquisa teve 33% a menos de presença de operações 100% delivery entre os respondentes, quando comparado com a edição de novembro de 2022. Em contrapartida, houve maior presença de respondentes de autosserviço, com um aumento de 63% em comparação à última edição. Esta é uma constatação importante para entender a queda do percentual de operações que indicam ter delivery, já que a média de restaurantes de autosserviço que utilizam delivery (59%) é bem menor que a média de restaurantes de serviço completo e rápido que usam tal serviço (76%). No entanto, 80% dos que possuem a entrega de pedidos consideram essa operação lucrativa.

Com relação aos canais para delivery, esse fator segue sendo múltiplo: apenas 19% usam somente canais de terceiros para captação de pedido; sendo que 46% usam tanto canais próprios como de terceiros. Dentre os canais mais utilizados, vemos que 69% usam iFood, 63% WhatsApp e 50% têm o telefone como canais de venda para delivery. Em relação à logística de entrega, 36% usam funcionários próprios e 39% usam serviços de plataformas terceiras. Neste caso, enquanto 78% dos que usam plataformas terceiras para delivery estão satisfeitos com os serviços prestados, 83% acreditam que o preço dos serviços ainda é elevado.

 

Do ponto de vista do Consumidor

Já em junho deste ano, a Galunion lançou uma pesquisa chamada “Alimentação hoje: a visão do consumidor”, com dados que mostram quais os hábitos e as preferências dos consumidores que irão prevalecer nesse momento. O estudo foi realizado de 12 a 22 de junho de 2023, contou com 1.003 entrevistas respondidas por pessoas a partir de 18 anos, das classes ABC, em todo o território nacional. “Neste levantamento, um dos quesitos que chamou mais a nossa atenção está voltado para quais atividades os clientes fazem com maior ou menor frequência hoje em comparação com antes da pandemia. Como resultado, vimos que 57% passam mais tempo em mídia social, 55% fazem mais compras por e-commerce em geral e 45% realizam mais compras de alimento por delivery. Mas, levando isso em consideração, também há uma diferente participação por classe social. A pesquisa mostra que 80% dos respondentes fazem pedidos de delivery ou take away, com maior incidência na Classe A, com 90%, se comparada à Classe C, com 74%. Já o público mais ativo neste tipo de serviço tem de 25 a 40 anos, somando 86% dos casos”, revela a fundadora e CEO da Galunion, Simone Galante.

O estudo ainda traz informações sobre os métodos preferidos para solicitar o serviço de delivery. Neste caso, os participantes deveriam elencar as top 3 opções, e as que mais se destacaram foram o iFood com 77%, o WhatsApp com 71% e o aplicativo próprio do local com 41%. É interessante notar que 34% ainda incluem o telefone dentre seus métodos preferidos para efetuar os pedidos. Segundo Simone Galante, apesar do iFood se destacar, vale lembrar que o consumidor não quer usufruir apenas de um canal, pois buscam a facilidade e gostam da multiplicidade de canais, para que os estabelecimentos estejam disponíveis onde os clientes querem encontrar.

A pesquisa ainda quis entender quais os dois principais motivos que levam o cliente a pedir comida por delivery ou take away. Com 55%, a rapidez foi apontada como critério de escolha e, por isso, é possível verificar que os negócios focados no quick service acabam se destacando, principalmente aqueles que oferecem salgados, hambúrgueres e sanduíches. Em segundo lugar, 51% buscam promoções quando optam pelo delivery.

Para entender ainda mais os hábitos de consumo, o levantamento também evidencia quais os três principais motivos que fazem o cliente desistir de pedir comida pelo delivery. Aqui, consta um dos principais desafios, até mesmo para os operadores, já que a alta taxa de entrega, apontada por 72%, é um dos principais fatores de desistência. Em seguida, com 51% figura o custo dos produtos mais alto que no local, e com 49% o tempo de entrega acima de 30 minutos, reiterando que os consumidores querem rapidez no atendimento.

“Por uma outra ótica, analisamos as razões pelas quais o cliente opta por não voltar a pedir comida por delivery. Neste caso, 58% afirmam que o motivo seria a qualidade da comida inferior a experiência no local. Aqui, lembramos sempre a importância das embalagens para manter as características, a temperatura e o sabor do alimento, para que a refeição se assemelhe ao máximo quando se comparada quando é feita presencialmente no estabelecimento. Em segundo lugar – e praticamente empatada com o 1º lugar, com 57%, temos o atraso na entrega em relação ao tempo prometido. Já para 53%, isso rem relação com o produto ser diferente do que a expectativa ou foto. A imagem é de suma importância para que o cliente se sinta atraído pela oferta, mas deve proporcionar e oferecer uma experiência gastronômica a altura, para que supra as necessidades de consumo”, finaliza Galante.

Fonte: DFREIRE Comunicação e Negócios