A pressão de preços em matérias-primas e os aumentos sucessivos nos custos de energia elétrica e combustíveis fizeram com que a ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional revisasse as expectativas de crescimento para o setor neste ano. Enquanto a previsão inicial era de que a produção de saneantes crescesse entre 3% e 3,5% em 2021, agora, a entidade estima um incremento de 2% no período. “Ainda é um bom resultado, visto que encerramos 2020 estáveis em relação a 2019, enquanto o PIB nacional caiu 4,1% e a produção industrial brasileira teve baixa de 4,9% no ano passado”, afirma Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA.
Engler aponta que o principal desafio que o setor enfrenta, neste ano, é a alta nos custos de insumos, embalagens, combustíveis e energia. “Nossos produtos são muito sensíveis a preços e, por isso, os fabricantes têm sacrificado margens para se manter competitivos e não repassar, na integralidade, os aumentos nos custos de produção. Tanto que, se observarmos o IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, vemos que a cesta de produtos de limpeza teve alta de 3,19%, no acumulado até agosto. Já o IPCA geral aponta alta de 5,54%. Também na comparação com o INPC- Índice Nacional de Preços ao Consumidor, enquanto a inflação geral foi de 5,79%, os percentuais da cesta de produtos de limpeza foram de 3,24%. Ou seja, a inflação de produtos de limpeza é, consideravelmente, menor do que a dos índices gerais de inflação”, avalia.
Investimentos e empregos
Mesmo com a redução da projeção de crescimento para o ano, o diretor executivo da ABIPLA afirma que muitas empresas do setor têm investido em novas unidades e em lançamentos de produtos. “Houve inauguração de algumas fábricas de médio e grande portes neste ano, o que é uma notícia muito boa para a economia brasileira, já que a indústria de limpeza é bastante dinâmica, tecnológica e geradora de empregos. Nosso setor tem atravessado a pandemia com estabilidade em empregos, inaugurando novas plantas e investindo em novos produtos”, comenta Engler.
Os investimentos do setor convergem com um estudo recente da Euromonitor, que aponta que o Brasil tem potencial para se tornar o quarto maior mercado mundial de produtos de limpeza até 2025 – atualmente, ocupa a sexta posição. Além disso, o gasto, por habitante, em produtos de limpeza, no País, ainda é baixo, mesmo quando comparado a países da América do Sul. “Hoje, cada brasileiro gasta cerca de US$ 89 em saneantes. Na Argentina, por exemplo, o gasto é de US$ 200 e, no Chile, de US$ 170. Isso é uma mostra de que há muito potencial de crescimento no País”, conclui o diretor executivo da ABIPLA.
Fonte: mcepress