O Brasil gera cerca 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano e 70% dos municípios possuem algum tipo de coleta coletiva. No entanto, os serviços públicos de limpeza não conseguem abranger nem metade de todo o lixo produzido. Isso porque, apesar da Lei 12.305/2010 de Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor há mais de 10 anos, o processo depende muito da conscientização da população para a separação dos materiais de embalagem, colaborando com a logística reversa.
O termo, que ainda gera dúvidas, significa um conjunto de ações que compreendem o descarte correto ou o reaproveitamento de produtos e materiais que já foram utilizados pelo consumidor. Esse procedimento é capaz de ampliar a coleta de resíduos sólidos, além de ser uma forma de incentivar a população a fazer o descarte ambientalmente correto dos itens que não têm mais utilidade, o que favorece a redução da poluição, emissões de gases de efeito estufa, alagamentos e inundações, dentre outros benefícios ao meio ambiente.
Entretanto, enquadrando o setor nas exigências da PNRS, também se observa a necessidade de indicar soluções capazes de reduzir os resíduos gerados por embalagens. Um exemplo de ação nesse sentido é a Prolata, associação sem fins lucrativos criada para cumprimento das políticas de resíduos sólidos, criada pela Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), que possui foco na destinação correta de latas de aço para reciclagem.
A Prolata foi a primeira entidade gestora para logística reversa de uma cadeia de material de embalagens reconhecida pelo Ministério do Meio Ambiente. Atualmente, o programa está nas cinco regiões do Brasil, presente em 172 municípios e 26 Estados, além do Distrito Federal. Ao todo, são mais de 600 pontos de recebimento, quase 90 cooperativas de catadoras e catadores de materiais recicláveis, 68 entrepostos e 2 centrais mecanizadas de triagem. Só no ano de 2023, foram coletadas e recicladas mais de 63 mil toneladas de latas de aço no país.
Iniciativas como essa, que promovem a logística reversa, estimulam a cadeia de reciclagem de embalagens de diversas formas, como por meio da conscientização e educação ambiental, tornando a sustentabilidade parte do dia a dia da sociedade; de parcerias com empresas para integrarem a reciclagem como parte essencial do ciclo de vida do seu produto; de, consequentemente, a redução de resíduos sólidos que acabam indo para aterros; e do incentivo ao consumidor, que pode ser impactado por Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) que, no caso de pontos parceiros, podem oferecer vantagens ao realizar o descarte de embalagens.
“A importância da logística reversa é tamanha que, para tornar o descarte correto mais acessível a todos, a Prolata estimula o Programa de Pontos de Recebimento de latas de aço vazias, que abrange a presença do varejo, capaz de fazer a diferença para que as embalagens pós-consumo sejam corretamente encaminhadas à revalorização”, comenta Thais Fagury, presidente-executiva da Prolata Reciclagem.
Fonte: Press à Porter Gestão de Imagem